O primeiro-ministro, António Costa, esteve na inauguração do Túnel do Marão, juntamente com José Sócrates, e lembrou que é “essencial” não desperdiçar a oportunidade que esta infraestrutura representa para a região de Trás-os-Montes. É preciso “termos uma nova visão estratégica sobre a inserção desta região no espaço global”, afirmou, acrescentando que o país não pode continuar a olhar para o Interior como “as traseiras do Litoral”.
Esta visão foi uma visão de séculos em que o país virou as costas a Espanha e à Europa, para afirmar a sua própria independência. Esse tempo passou. Hoje somos parceiros de Espanha na União europeia, fazemos parte de um mercado único e temos de fazer parte de um mercado único ibérico”, afirmou.
Sublinhando que a região do Trás-os-Montes “tem de ser a frente avançada para a afirmação da economia portuguesa no conjunto do mercado ibérico”, António Costa lembrou que, atualmente, o PIB per capita da região é de 61% do da região do Grande Porto. “Esta barreira significou, efetivamente, décadas de atraso para a região de Trás-os-Montes. Rasgar este túnel abre séculos de oportunidades de desenvolvimento”, disse.
António Costa aproveitou para passar uma mensagem de José Sócrates. “Quero, na pessoa do engenheiro José Sócrates, cumprimentar e saudar todos aqueles que de 2007 até hoje contribuíram, nos sucessivos governos, para que esta obra tenha sido concluída”, afirmou.
O primeiro-ministro lembrou ainda os 2,5 milhões de habitantes que estão nas proximidades da vizinha Espanha. “Hoje, o nosso desafio não é só sermos mais coesos entre nós, é sermos mais capazes de nos projetar no espaço global, mas também no mercado ibérico”, disse, acrescentando que “é cada vez mais importante devolver às regiões o poder para definir a sua estratégia de desenvolvimento”.
“É necessário reforçar os poderes daquelas que são as entidades e autoridades representativas das populações, das gentes de Trás-os-Montes. É por isso que é importante complementar esta estratégia com um novo impulso à descentralização”, afirmou.