“A.K.” e “S”. Foram estas as designações que fomos ouvindo ao longo do dia para referir os soldados do Estado Islâmico que atacaram na manhã desta terça-feira uma igreja em Saint-Etiénne-du-Rouvray, no norte de França, matando um padre e deixando um paroquiano ferido.
Já sabemos que as siglas se referiam a Adel Kermiche (A.K.). O “S” é usado pelas autoridades para designar “Segurança de Estado”. Adel nasceu a 25 de março de 1997 (tem 19 anos), em Seine-Maritime. Já estava indiciado pelas autoridades por ter tentado por duas vezes chegar à Síria.
Em março de 2015, um familiar reportou-o como desaparecido. Foi detido no mesmo dia em Munique, na Alemanha. Tentava alcançar a Síria usando a identidade do seu irmão. Regressou a França a 24 de março de 2015. Começou a ser investigado por conspiração terrorista e estava proibido de sair do distrito de Seine-Maritime e tinha que se apresentar uma vez por semana na esquadra policial. Em maio de 2015 voltou a abandonar o país rumo à Síria. A França emitiu um mandado internacional de detenção e Kermiche foi localizado na Turquia. A 13 de maio foi preso em Genebra, na Suíça. Tinha consigo a identificação do primo. Esteve preso durante 10 meses, até que a Suíça extraditou-o para França. Foi posto sob custódia temporariamente até março de 2016.
O juiz antiterrorismo decidiu que ele devia ser mantido em prisão domiciliária com pulseira eletrónica. Adel foi obrigado a ficar na casa da família e só podia sair de casa entre as 8h30 e 12h30 durante os dias de semana e 14h00 e 18h00 aos fins de semana. Estava proibido de sair do distrito, tinha que se apresentar semanalmente na esquadra e teve que entregar o cartão de identificação e o passaporte nacional. O procurador de Paris recorreu da decisão, alegando que o suspeito devia ficar sob custódia durante mais tempo, mas a decisão do tribunal de instrução venceu.
O segundo suspeito não foi formalmente identificado, mas sabe-se que nasceu na Nigéria a 18 de agosto de 1999. O seu irmão mais velho tem um mandado de detenção porque partiu para a Síria em 2015 com um passaporte de Adel Kermiche.
Os dois atacantes foram abatidos pelas autoridades.