Às 9h25 desta terça-feira, o terrorismo atacou outra vez em França, agora numa igreja de Saint-Etiénne-du-Rouvray, na Alta Normandia, a noroeste de Paris. Numa conferência de imprensa, François Molins o procurador francês antiterrorismo explicou como tudo aconteceu. Dois homens entraram na igreja durante a missa da manhã e fizeram reféns sete pessoas. Uma das freiras que estava no local conseguiu fugir e alertar as autoridades.
A brigada de intervenção e as unidade de investigação criminal deslocaram-se até ao local.
As forças policiais tentaram negociar com os terroristas. Forçaram uma entrada na igreja através de uma porta lateral, nas traseiras, que dá para a sacristia mas não conseguiram porque os reféns estavam a ser usados como barreira em frente à porta.
Duas freiras e um paroquiano saíram da igreja seguidos pelos dois terroristas. Um dos homens tinha uma pistola e dirigiu-se às forças policiais a gritar “Allahu Akbar” (Alá é grande). Os dois atacantes foram neutralizados pela polícia. Um deles tinha um falso engenho explosivo e três facas, o outro tinha um temporizador embrulhado em papel de alumínio e tinha uma mochila também com um falso engenho explosivo.
O ataque terrorista “infinitamente covarde”, como caracterizou o procurador Molins, foi reivindicado pelo Estado Islâmico. O padre da paróquia morreu depois de ter sido degolado pelos atacantes, que o obrigaram a ajoelhar-se enquanto davam um sermão em árabe. O padre Jacques Hamel tentou defender-se, mas não conseguiu. Outro homem, um paroquiano de 86 anos, também ficou ferido depois de sofrer um corte na garganta, mas está estável.
A investigação vai ser transferida para o departamento de investigação criminal e o departamento de segurança nacional. Um dos atacantes foi oficialmente identificado depois de terem sido comparadas impressões digitais.
Adel Kermiche foi o primeiro atacante a ser identificado. O atacante já tinha sido identificado pelas autoridades por ter tentado ir para a Síria por duas vezes. Da primeira vez, foi detido na Alemanha, em Munique, e da segunda em Genebra, na Suíça, depois de ter sido expulso da Turquia. Foi detetado pelas autoridades turcas porque a França tinha emitido um mandado internacional de detenção. Estava em prisão domiciliária e usava pulseira eletrónica.
O outro suspeito não foi identificado oficialmente, mas sabe-se que nasceu em 1999 na Nigéria. Ele é o irmão mais novo de um outro homem que tem um mandado de detenção porque partiu para a Síria em 2015 com um passaporte de Adel Kermiche.
Os dois atacantes foram abatidos pelas autoridades.