Andar de montanha-russa, nos parques de diversões, pode ajudar a desalojar as pedras nos rins. Esta é a conclusão de um estudo, divulgado esta segunda-feira, no The Journal of the American Osteopathic Association.
David Wartinger, professor na Michigan State University College of Osteopathic Medicine, começou o estudo depois de uma série de pacientes lhe terem contando algo difícil de acreditar: que depois de andarem na Big Thunder Mountain Railroad, a montanha-russa da Walt Disney World, em Orlando, na Florida (EUA), tinham conseguido livrar-se das pedras nos rins. Um paciente, por exemplo, assegurou a Wartinger que tinha expelido a pedra depois de três voltas na montanha-russa.
Para comprovar que os pacientes tinham razão, os investigadores desenvolveram um modelo 3D de um rim, colocaram-no dentro de uma mochila e deram 20 voltas na montanha-russa. Dentro do modelo, colocaram três pedras de rim verdadeiras e um pouco de urina. As pedras tinham diversos tamanhos: uma pequena (4,5 mm), uma média (13,5 mm) e outra grande (64,6 mm). As três pedras foram ainda colocadas em diferentes zonas do rim, para que se pudesse analisar todos os cenários.
Os investigadores escolheram o seu lugar no comboio da Big Thunder aleatoriamente:
A ocupação dos assentos foi aleatória e determinada pelo lugar ocupado na fila de espera”, explicaram.
A equipa de cientistas descobriru que existem alguns lugares melhores que outros, e não apenas pela maior ou menor adrenalina. Os lugares na parte de trás do comboio balançam mais, o que faz com que as pedras nos rins se movam melhor. Nesses assentos, a taxa de sucesso de remoção das pedras no rim foi de cerca de 64%. Os bancos no início do comboio tiveram apenas cerca de 17% de sucesso.
A conclusão do estudo é que:
Os resultados suportam a evidência anedótica de que uma volta, de intensidade moderada, numa montanha-russa pode beneficiar alguns pacientes com pequenas pedras nos rins”, descobriu Wartinger.
Andar de montanha-russa pode ser um bom tratamento preventivo para o problema das pedras nos rins. Os investigadores sugerem ainda que os pacientes que já tiveram pedras nos rins, e que se submeteram a tratamentos como a litotripsia — um procedimento que parte as pedras nos rins em pequenas partículas utilizando ondas de choque –, ou as mulheres que as têm e estão a pensar engravidar, considerem uma emocionante viagem de montanha-russa para desalojar as pequenas pedras antes que elas cresçam.
As pedras no rim são massas duras de minerais de diferentes tamanhos — do tamanho de um grão de areia ou de uma bola de golfe — e que no caso de serem pequenas, acabam por sair do corpo sozinhas, de forma natural mas com uma dor e desconforto consideráveis. Já as pedras maiores raramente saem sem tratamento. Para saírem, as pedras têm de viajar através do uréter, chegar à bexiga e sair pela uretra.