A Polícia Federal brasileira desencadeou esta manhã uma operação para investigar o financiamento ilegal de campanhas do Partido dos Trabalhadores (PT) e um suposto esquema de fraude em concursos e contratos no Ministério das Cidades.

A operação denominada “Hidra de Lerna” executou 16 mandados de busca, incluindo um para a sede regional do PT no Estado da Bahia e outra para os escritórios da construtora OAS, uma das empresas envolvidas nos casos de corrupção na companhia petrolífera estatal Petrobras.

Antes de iniciar as buscas, os polícias foram autorizados a desencadear a ação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), porque um dos investigados é o atual governador do Estado da Bahia, Rui Costa.

Estão também a ser investigados os ex-ministros das Cidades, Marcio Fortes e Mario Negroponte, este do Partido Progressista (PP).

Segundo uma nota publicada pela polícia federal, a “operação seria um desdobramento de três colaborações de investigados na Operação Acrônimo, já homologadas pela Justiça e em contínuo processo de validação pela Polícia Federal. De acordo com o que foi apurado, os investigados realizavam triangulações, com o objetivo de financiar ilegalmente campanhas eleitorais”.

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A polícia brasileira também pesquisa se “a empreiteira [OAS] sob investigação contratava de maneira fictícia empresas do ramo de comunicação especializadas na realização de campanhas políticas. Ela remunerava serviços prestados a partidos políticos e não à empresa do ramo de construção civil.

A investigação vai ainda verificar a ocorrência de fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades.

Em comunicado, o Ministério das Cidades informou que “não recebeu qualquer notificação sobre as investigações da Polícia Federal”.

“Com a força desta informação, o Ministério irá avaliar sua capacidade de estabelecer um processo disciplinar administrativo imediatamente para investigar a queixa”, lê-se no comunicado.

O Ministério das Cidades destacou ainda sua “disponibilidade para colaborar com todas as informações necessárias para garantir a eficiência e a transparência na aplicação dos recursos relacionados”.