Carl Icahn, o investidor que ganhou fama nos anos 1980 com as operações de compra hostis que lançou sobre empresas como a TWA, abandonou mais cedo a festa de celebração da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais, que decorreu durante a madrugada desta quarta-feira em Nova Iorque. Apoiante de Trump e citado como possível secretário do Tesouro numa futura administração, Icahn, 80 anos, decidiu ir para casa para se dedicar à transação de ações e aproveitar eventuais oportunidades para realizar mais-valias com operações de bolsa, segundo revelou numa entrevista à Bloomberg TV.

O investidor disse ter aplicado mil milhões de dólares [918 milhões de euros] em títulos de empresas norte-americanas. Adiantou que gostaria de ter investido mais dinheiro, mas que não teve possibilidade de mobilizar mais do que aquela soma. O mercado estava “muito líquido”, afirmou Carl Icahn, e “o mundo estava a enlouquecer, a entrar em pânico sem razão”. Os futuros sobre o índice Standard & Poor’s 500, que reflete a evolução das cotações das 500 principais empresas cotadas em Nova Iorque, registou uma queda de 5% durante a noite de terça para quarta-feira, mas, durante a sessão de quarta-feira, Wall Street acabou por terminar o dia com uma subida de 1,4%, quando medida pelo comportamento do Dow Jones.

O multimilionário, vigésimo sexto homem mais rico do Mundo de acordo com a revista Forbes, manifestou publicamente o apoio a Donald Trump em setembro de 2015 e, depois de confirmada a vitória do candidato republicano sobre Hillary Clinton, comentou que o resultado será “positivo” para a economia dos Estados Unidos. Numa entrevista anterior à CNBC, Icahn afirmou não estar interessado em assumir o cargo de secretário do Tesouro. “Acho que não sou o género de pessoa capaz de se encaixar em Washington, não sou um homem do sistema”, referiu. “Nunca trabalhei para ninguém na vida”, acrescentou.

Com uma fortuna avaliada em 15,6 mil milhões de dólares [11,3 mil milhões de euros], Carl Icahn não para, nem para tomar uns copos.

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