Lewis Hamilton e Nico Rosberg têm alternado na liderança do campeonato de pilotos da Fórmula 1, em 2016. Até ao Grande Prémio da Inglaterra, em julho, 10º etapa da temporada, Rosberg era o líder com Hamilton em segundo. Na Hungria, 11º etapa, o piloto britânico venceu a corrida e passou a ter mais pontos que o seu companheiro de equipa. A vantagem foi extinta quatro corridas depois, em Singapura, quando Rosberg retomou a liderança do campeonato, a cinco corridas do fim da temporada. Desde então, tem mais pontos que Hamilton.

Com a vitória do britânico tricampeão mundial no Grande Prémio do Brasil, este domingo, a diferença que o separa de Rosberg caiu para 12 pontos e a decisão do título vai ficar para a última corrida, em Abu Dhabi.

O Observador relembra dez vezes em que a disputa final do campeonato foi decidida apenas na última corrida.

2014: Lewis Hamilton e Nico Rosberg, em Abu Dhabi

Há dois anos, os dois pilotos da equipa Mercedes disputaram pela primeira vez o título de pilotos da Fórmula 1, em Abu Dhabi. Hamilton venceu a corrida e conquistou o bicampeonato – o primeiro com a equipa alemã.

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Rosberg partiu na pole position, mas foi superado pelo seu rival logo na largada. O alemão enfrentou ainda problemas de perda de potência de motor, que resultaram na diminuição progressiva da velocidade do seu carro. Terminou a corrida em 14º lugar, a uma volta de Hamilton.

2012: Sebastian Vettel e Fernando Alonso, no Brasil

Sebastian Vettel chegou à última corrida da temporada 2012, no Brasil, 17 pontos à frente de Fernando Alonso, ao volante de um Ferrari. O alemão, que na altura pilotava pela equipa Red Bull, envolveu-se num acidente na largada e caiu para a última posição. A chuva, um safety car, estratégia e sorte ajudaram-no a terminar a corrida em sexto lugar, uma posição que lhe garantiu o título, já que Alonso chegou em segundo lugar. O espanhol tinha de vencer a etapa para ser campeão.

Com o resultado, Vettel tornou-se o tricampeão mais jovem da história da Fórmula 1, aos 25 anos.

2010: Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Marc Webber e Lewis Hamilton, em Abu Dhabi

A disputa pelo título, em 2010, teve quatro protagonistas, que chegaram à última corrida com probabilidades de ganhar o campeonato: Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Marc Webber e Lewis Hamilton.

Numa combinação improvável de resultados, Vettel venceu a corrida de Abu Dhabi e saltou de terceiro para primeiro lugar na classificação geral. Este foi o seu primeiro título mundial.

Alonso, que detinha a liderança do campeonato, terminou em sétimo lugar e com o vice-campeonato a três pontos de Vettel. Hamilton ficou com a segunda posição da corrida, enquanto Marc Webber chegou no oitavo lugar.

2008: Lewis Hamilton e Felipe Massa, no Brasil

17 segundos. Este foi o tempo durante o qual Felipe Massa sonhou ser campeão do mundo, em 2008, no Brasil. O brasileiro venceu a corrida e necessitava que Hamilton chegasse em sexto lugar para garantir o título. E assim foi, até à penúltima curva antes da linha de meta, quando Hamilton estava exatamente em sexto lugar, ultrapassou Timo Glock e terminou a corrida em quinto lugar.

Com o resultado, Hamilton venceu o seu primeiro título mundial a um ponto de Felipe Massa.

1997: Michael Schumacher e Jacques Villeneuve, em Espanha

Terá sido o fim da temporada de 1997 a vingança do destino contra Michael Schumacher? O alemão chegou à última corrida, o Grande Prémio da Europa, em Jerez de la Frontera (Espanha), com a liderança do campeonato e só precisava terminar à frente de Jacques Villeneuve, o seu rival, para ganhar o campeonato.

Schumacher assumiu a liderança da prova logo na largada, com Villeneuve a persegui-lo durante toda a prova. A 22 voltas do fim, o piloto da Williams aproxima-se do alemão para ultrapassá-lo ao colocar o seu carro por dentro da curva, de modo a tentar assumir a primeira posição da corrida. No entanto, Schumacher não deixou espaço para a manobra e os dois carros acabaram por colidir. Villeneuve ainda conseguiu terminar a corrida em terceiro, enquanto o piloto da Ferrari ficou preso na escapatória de gravilha e teve de abandonar a corrida.

Caso ambos os pilotos tivessem abandonado a prova no acidente, o título da temporada teria sido de Schumacher. Com este resultado, Villeneuve garantiu o seu único título mundial.

1994: Michael Schumacher e Damon Hill, na Austrália

Quem viu a decisão do título de 1997 deve ter tido um flashback do que aconteceu no Grande Prémio da Austrália, em 1994. Naquela corrida, Schumacher chegou à última corrida a um ponto de vantagem de Damon Hill e precisava apenas chegar à frente do seu oponente ao título para ganhar o primeiro campeonato da sua carreira.

Numa disputa direta por posição, Hill tentou ultrapassar Schumacher, que não deixou espaço suficiente na pista para o piloto da equipa Williams. Resultado: colisão entre os carros. Schumacher acabou no muro e não terminou a corrida. Já Hill ainda tentou manter-se na corrida, mas a suspensão do seu carro estava partida e também teve de abandonar. A eliminação dos dois pilotos deu ao alemão o campeonato de pilotos de 1994.

1986: Nelson Piquet, Nigel Mansell e Alain Prost, na Austrália

A temporada de 1986 ficou conhecida pela atuação de quatro dos maiores pilotos da história da Fórmula 1: Nelson Piquet, Nigel Mansell, Alain Prost e Ayrton Senna. Na última corrida do ano, na Austrália, Piquet, Mansell e Prost ainda tinham hipóteses de ser campeões mundiais.

Mansell estava em terceiro lugar e, matematicamente, a ponto de conquistar o título mundial, quando o seu pneu explodiu a 19 voltas do fim da prova. Piquet, que estava na liderança, seria o vencedor do campeonato com o abandono do inglês, mas a equipa Williams temeu que o mesmo incidente pudesse acontecer no seu segundo carro. O brasileiro teve de ir às boxes para trocar os pneus.

Prost assumiu a liderança e caminhava para ser campeão mundial, mas a diferença para Piquet diminuía a cada volta, com o francês a ter de administrar o gasto de combustível para ter de vencer a corrida. No final, Prost cruzou a meta em primeiro, com Piquet a quatro segundos de distância. Era o bicampeonato do francês. Alguns metros depois, teve de parar o carro, pois não já tinha combustível.

1984: Alain Prost e Nikki Lauda, em Portugal

O circuito do Estoril assistiu à disputa do título de pilotos, em 1984, na sua primeira participação num campeonato de Fórmula 1. Apesar de Alain Prost ter vencido a corrida, foi o seu companheiro de equipa McLaren, Nikki Lauda, quem conseguiu tornar-se tricampeão mundial ao chegar em segundo lugar.

Lauda terminou o campeonato meio ponto à frente de Prost – a menor diferença de sempre entre um campeão e um vice-campeão.

1964: Jim Clark, Graham Hill e John Surtees, no México

O título de pilotos, em 1964, foi resolvido apenas na última volta do Grande Prémio do México. Graham Hill, que liderava o campeonato, precisava chegar em terceiro para garantir o título. Terminou em 11º. Já Jim Clark largou da pole position e dominou toda a corrida, até que um problema mecânico no motor do seu carro resultou no fim da corrida a algumas curvas da linha de meta.

John Surtees completou a etapa em segundo lugar, após o seu companheiro de equipa o deixar passar na última volta. O resultado garantiu-lhe o título daquela temporada.

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1958: Mike Hawthorn e Stirling Moss, em Marrocos

A única corrida de Fórmula 1 da história a acontecer em Marrocos foi o cenário para a disputa entre Mike Hawthorn e Stirling Moss, em 1958. Hawthorn precisava de chegar em segundo lugar para ser campeão do mundo, mesmo que Stirling Moss vencesse a corrida. Isto foi possível graças ao seu companheiro de equipa da Ferrari, Phil Hill, que lhe cedeu a posição para garantir o título de pilotos. Resultado final da corrida: Moss (1º), Hawthorn (2º) e Hill (3º).

Esta foi a última corrida da carreira de Hawthorn. Apesar de ter anunciado que iria retirar-se no final daquela temporada, o piloto morreu em janeiro de 1959, num acidente de estrada.