O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, pediu esta quinta-feira ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que reflita sobre os “resultados muitíssimo bons” revelados pelos testes PISA e que repense decisões que desfizeram ou reverteram políticas que permitiram este desempenho.

À entrada para os Debates Francisco Sá Carneiro, em Lisboa, Pedro Passos Coelho foi questionado pelos jornalistas sobre os resultados divulgados esta terça-feira que dão conta que Portugal conseguiu pela primeira vez resultados “significativamente superiores” à média da OCDE nos testes PISA de literacia, ciências e leitura.

“Espero que o senhor ministro da Educação reflita sobre estes resultados e repense algumas das decisões que já tomou porque os resultados que hoje conhecemos são de facto bastante bons e eu espero que pudessem continuar para futuro“, apelou, considerando que estes resultados são “muitíssimo bons”.

Na opinião do ex-primeiro-ministro, este relatório, que no essencial é relativo aos anos de 2012 a 2015, “vem mostrar que quando as políticas estão a apontar no sítio certo, quando se estabelecem metas curriculares mais claras e que possam ser atingíveis, quando se eleva o grau de exigência no próprio ensino – seja na formação, seja na avaliação -, que isso acaba por ser positivo“.

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A única coisa que me preocupa é que uma parte das políticas que permitiram estes resultados estejam a ser ou desfeitas ou revertidas“, lamentou, defendendo que “quando as políticas produzem bons resultados é porque devem ser boas e não devem ser revertidas”.

Segundo Passos Coelho, “a própria OCDE reconhece que Portugal foi um dos países que mais progrediu desde que este trabalho foi iniciado, em 2000, e em especial neste período de análise, ente 2012 e 2015, quer na área da leitura, quer na área da matemática, quer na área das ciências”, considerando que “a progressão do país foi extraordinária”.

“Nós melhorámos significativamente em todos estes indicadores e isso deixa-me muito satisfeito e acho que deixará com certeza o atual Governo, bem como todos os portugueses bastante satisfeitos.

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, mostrou-se já satisfeito com os resultados positivos de Portugal nos testes PISA em ciências, leitura e matemática, mas considerou que o país tem de melhorar nos níveis de retenção escolar.

O comissário europeu da Educação também destacou, em Bruxelas, o desempenho de Portugal nos testes PISA, apontando que se trata do único país da União Europeia que tem melhorado sempre desde 2000.

O PISA, na sigla em inglês, é um Programa Internacional de Avaliação de Alunos, em que Portugal participa desde 2000 e que se dirige aos alunos de 15 anos, entre o 7.º e o 12.º ano.

O principal domínio avaliado nesta edição foi a literacia científica e foi aquele em que Portugal mais se destacou, ao obter uma classificação de 501 pontos (459 pontos na edição do ano 2000, 468 em 2003 e 474 pontos em 2006).