O ministro da Cultura considerou hoje que o Teatro da Cornucópia tem uma história extraordinária e “uma situação especial” e afirmou que, se a companhia decide que quer sobreviver, o Governo está disposto a conversar.

“A companhia anunciou que queria encerrar. A partir do momento em que decide sobreviver, vamos conversar”, declarou Luís Filipe Castro Mendes aos jornalistas, com o Presidente da República ao seu lado, no palco do Teatro da Cornucópia, em Lisboa, depois de os dois terem estado à conversa com a direção desta companhia.

O ministro da Cultura não quis falar de “excecionalidade em termos jurídicos”, argumentando que isso “pode prestar-se a interpretações quanto à constitucionalidade”, mas disse que se tem “estado sempre a falar na base da situação especial, que é uma situação, de facto, da Cornucópia”.

“Não há excecionalidade. Há decisões que se tomam, face ao quadro orçamental que se tem, e face às necessidades. Evidentemente que a Cornucópia tem um peso institucional, um peso cultural, uma história, uma memória extraordinários, excecionais”, declarou.

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O ministro da Cultura cancelou uma iniciativa em Castelo Branco para se juntar ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que decidiu ir ao Teatro da Cornucópia no dia para o qual estava anunciado o seu encerramento.

Os dois acabaram por ter uma conversa de 20 minutos com os diretores deste teatro, Luís Miguel Cintra e Cristina Reis, registada pela comunicação social, que terminou sem desfecho claro.

No final dessa conversa, em declarações aos jornalistas, o ministro da Cultura disse que “a companhia anunciou o seu fim”, mas que “as conversações estão a decorrer, estavam a decorrer e continuam a decorrer, e vão continuar a decorrer”.

Luís Castro Mendes referiu que “há uma dotação para 2017 que é igual à dotação que tiveram em 2016” e que a renda do teatro “também está garantida até ao fim de 2017”.

O ministro repetiu que “as conversas” entre o Ministério da Cultura e a Cornucópia “estão a decorrer há bastante tempo, e continuam a decorrer e nunca foram interrompidas”.