A Waymo, empresa de carros autónomos pertencente à Google, entregou uma ação em tribunal contra a Uber acusando a empresa de roubar a tecnologia utilizada no seu carro sem condutor, conta o The Guardian. No processo consta que Anthony Levandowski, ex-funcionário da Waymo, tentou roubar informações confidenciais da empresa antes de ter criado a Otto, adquirida pela Uber no ano passado por 680 milhões de dólares (cerca de 643 milhões de euros). A Waymo, pioneira do primeiro carro autónomo, diz assim que os mais recentes avanços da tecnologia da Uber em carros autónomos devem-se ao roubo do seu projeto, acrescentando ainda que para chegar onde chegou foram precisos sete anos e muito investimento financeiro.

As configurações e as especificações dos nossos sensores são exclusivos da Waymo e a apropriação desta ideia pode comparar-se a roubar a receita secreta de uma empresa de bebidas”, referiu a tecnológica Waymo numa publicação.

Já a Uber disse que ia tratar da questão com o maior cuidado e atenção possíveis.

Vamos levar as acusações contra a Otto e a Uber muito a sério e analisar a questão cuidadosamente”, revelou um porta-voz da multinacional norte-americana.

O processo alega ainda que Levandowski se reuniu com executivos da Uber no início deste ano – quando ainda estava a trabalhar para a Waymo – e um dia antes da criação da Otto. Antigos funcionários da empresa pertencente à Google, que se demitiram para se juntar a Levandowski, também estão a ser acusados de fornecer dados confidenciais durante o período em que lá trabalharam.

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Segundo o The Guardian, tudo começou com um email enviado por engano. Em dezembro, a Uber recebeu um email da Waymo com toda a informação acerca das componentes tecnológicas utilizadas, incluindo desenhos dos circuitos de bordo nos carros sem condutor. O mail era aparentemente destinado à Otto. Fooram descobertas mais irregularidades através de um pedido de registos públicos em Nevada, onde a Otto teria apresentado documentos que incluíam detalhes sobre o seu sistema tecnológico às agências reguladoras.

A esta polémica juntam-se ainda os relatos de assédio sexual e discriminação nos escritórios da Uber que a engenheira informática da multinacional revelou no seu blogue pessoal, e que fizeram com que muitos clientes quisessem abandonar os serviços nos últimos tempos.

Uber. Queixas de assédio sexual e sexismo na empresa motivam investigação nos EUA