O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que a redução do défice não foi um “milagre”, considerando que as entidades responsáveis pelas previsões é que cometeram um “monumental falhanço”.
“O Governo não faz milagres. Nós fazemos bem o nosso trabalho. Quem fez previsões é que cometeu um monumental falhanço”, afirmou António Costa.
Por isso, acrescentou, “é preciso um grande esforço para ter que invocar em vão o nome de Deus e não reconhecer o que é simples de reconhecer, que foi o monumental falhanço de todas a previsões do Conselho de Finanças Públicas ao longo do ano de 2016”.
António Costa, que falava esta tarde aos jornalistas em Vila Franca de Xira, à margem da cerimónia de inauguração da esquadra de PSP local, comentou desta forma as declarações da presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardosa que, numa entrevista ao Público e à Rádio Renascença, disse duvidar da sustentabilidade das medidas que o Governo usou para conseguir reduzir o défice de 2016 para 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Até certo ponto, houve um milagre”, disse a presidente do Conselho de Finanças Públicas, considerando que a incerteza em relação à sustentabilidade da redução do défice, aliado a um passado de saída e posterior reentrada em défice excessivo, leva os mercados a não valorizar os resultados.
Já esta manhã, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha comentado estas declarações de Teodora Cardoso, ressalvando que a redução do défice em 2016 tinha sido resultado de “um esforço muito grande dos portugueses desde 2011/2012” e não de “um milagre”.