O Brasil reafirmou na terça-feira a sua aposta com o desenvolvimento da indústria militar e comprometeu-se a oferecer financiamento aos países que importem armas e outros equipamentos bélicos de fabricantes brasileiros. O Presidente Michel Temer visitou na terça-feira a LAAD Defesa e Segurança, a maior feira do setor na América Latina, e destacou a importância que a indústria militar tem na economia do Brasil, onde gera 60 mil empregos diretos e 240 mil indiretos.
Em declarações à imprensa, o Temer sublinhou que se trata de “uma feira internacional em que se exibem os produtos de defesa mais avançados tecnologicamente” e manifestou a sua satisfação por esta decorrer no Rio de Janeiro, já que permite que “os produtos brasileiros sejam conhecidos no exterior”.
Temer disse ter esperança que a indústria bélica brasileira ajude na recuperação da economia do país, e afirmou que “há um aumento da confiança” de que a indústria voltará aos níveis anteriores à crise económica.
Durante a sua visita, o governante teve oportunidade de conhecer o stand da empresa brasileira Embraer, o terceiro maior fabricante de aviões do mundo. A 11.ª edição da feira, a maior do setor na América Latina, reúne no Rio de Janeiro cerca de 600 fabricantes de armas e equipamentos militares de todo o mundo e 195 delegações oficiais de 85 países.
O Governo brasileiro aproveitou a presença das delegações estrangeiras para anunciar uma linha de crédito específica para os clientes estrangeiros dos fabricantes brasileiros. “Precisamos dotar o setor de uma política específica, com instrumentos robustos, que confiram maior eficiência nas nossas relações comerciais”, disse o ministro da Defesa brasileiro, Raúl Jungmann, na cerimónia de abertura da feira.
Além da criação de uma linha de crédito para os clientes internacionais, o Brasil vai oferecer instrumentos de seguro aos fabricantes nacionais e criar um grupo especial dentro da Câmara do Comércio Exterior para se focar no setor da defesa.
O ministro acrescentou que a criação de incentivos governamentais para o setor da Defesa pretende aumentar a competitividade dos fabricantes brasileiros e elevar a sua participação no mercado internacional. “A criação de uma política de Estado se faz necessária porque a venda de produtos militares não se dá entre empresas e consumidores, mas entre países”, afirmou.
A nova política de incentivos foi desenhada em conjunto pelos ministros da Defesa, Finanças, Negócios Estrangeiros, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Esta edição da LAAD, que se prolonga até sexta-feira, superou os números da anterior, em 2015, quando reuniu 170 delegados de 74 países.