O embarque está marcado no Futuroscope mas a viagem só começa nas areias do deserto Sahara. Sem sair do lugar, a miragem desaparece e estamos a voar no meio dos arranha-céus da cidade futurista do Dubai (tal como os arquitetos imaginam que se pareça no ano de 2030). Chegámos à Índia e o vento propaga aromas orientais pelo Taj Mahal, antes de passarmos pelos Himalaias e aterrarmos no Parque Nacional de Yellowstone. “Agora cheira a eucalipto”, comentam na sala. Três minutos e cinco continentes depois, o ecrã gigante de 6.450 metros quadrados desaparece e voltamos ao parque de diversões situado perto de Poitiers, na região Nouvelle Aquitaine, em França. “Gostaram?”, pergunta Laure Mosseron, diretora do Futuroscope. “A máquina é inspirada no romance Volta ao Mundo em 80 dias de Júlio Verne”, diz ao Observador. Uma das novidades que, desde 2012, está a ser idealizada para concretizar um dos mais antigos sonhos da humanidade: voar.
A par das novidades de 2017, o parque de 60 hectares celebra em maio 30 anos a prever o futuro com novas atrações lúdicas. Desde a abertura em 1987, este renova 50% das suas ofertas inspiradas pela inovação tecnológica de dois em dois anos. E se, há puco mais de uma década, estavam no auge os efeitos especiais e a projeção sem ecrãs, hoje são as cadeiras que se movem ao ritmo da imagem e o 4D hemisférico com cheiro que atraem anualmente mais de 50 milhões de visitantes — portugueses incluídos. A 90 minutos de Paris, através do comboio de alta velocidade, o Futuroscope dispõe ainda de mordomos digitais e jogos de controlo mental prontos a serem testados por miúdos e graúdos, das 10h às 22h. A comida molecular (à venda no Bar’Lab com preços dos 2€ aos 4€) é a cereja no topo do bolo e, a temperaturas negativas, larga fumo pela boca e pelo nariz para provar que, noo futuro, comer nunca será aborrecido.
https://www.youtube.com/watch?v=RZit64RaUKc
Junto ao L’Aréna Club está o Aérobar que serve bebidas com os cabelos ao vento, a 35 metros do solo, das 14h às 18h. Os preços do bar começam nos 6,90€ e chegam até aos 11€ por um copo de champanhe. No entanto, é junto à máquina de viajar no tempo que já há uma fila de espera de aproximadamente 30 minutos. “Esta diversão em 4D, chamada Rabbids, foi eleita a melhor atração do mundo em 2014”, justifica a diretora Laure Mosseron. “A bordo de um comboio com efeitos especiais (como chuva), os visitantes do parque são aspirados até grandes momentos da história como a conquista do espaço.” Mas qual é a diversão mais bem reputada? “Talvez a aventura Arthur em 4D, criada pelo realizador Luc Besson, que ganhou o mesmo prémio dois anos antes”, justifica a responsável pelo parque. Culpe os movimentos sincronizados e os efeitos especiais que, sob uma joaninha voadora e solavancos, culminam em adrenalina.
De seguida, chega a hora de brincar com os robôs onde 10 máquinas gigantes dançam ao som do famoso DJ Martin Solveig. “Existem três níveis diferentes a pensar nas pessoas que têm medo deste tipo de atividade intensa”, alerta a guia Anna Sàez do departamento comercial do Futuroscope. Mas é quando os olhos não veem, guiados por um animador cego, que os visitantes conseguem viver a maior aventura fora do comum: um espetáculo invisual. A iniciativa desafia os participantes a sentir, ouvir e tocar para ver o mundo de outra forma, numa viagem do Bayou de Louisiana ao pico dos Himalaias e até Nova Iorque. Tudo com o objetivo de apoiar pessoas invisuais ao pedir uma participação financeira (5€ para adultos e 4,5€ para grupos) à entrada da atração.
Com a noite, chega o espetáculo aquático Forge aux étoiles concebido pelo Cirque du Soleil. Todas as noites, fogo-de-artifício e luzes em jatos de água contam a história de uma menina e um gigante com um final feliz. A nível de futuro, o Futuroscope promete continuar a investir milhões de euros para oferecer experiências inspiradas pela inovação tecnológica. “No fundo, somos criadores de atrações únicas no mundo que facilmente nos distinguem no mercado dos parques de diversões”, adianta Laure Mosseron. “Todas as aventuras propostas oferecem visões do passado, do presente e do futuro, que dão vontade de realizar os nossos próprios sonhos”, confessa a diretora do parque ao Observador.
Como ir (e algumas recomendações)
A Transavia Airlines voa de Lisboa e Porto para Paris com ligações semanais do aeroporto de Orly para a cidade de Poitiers em comboio de alta velocidade. Os preços dos bilhetes de avião começam nos 30€ e, por viagem, o TGV ronda os 35€ por pessoa. A duração varia cerca de 2h3o até Orly e 1h30 até à estação Futuroscope com acesso direto ao parque temático. Há pacotes de estadias a partir de 116€ (no hotel do Futuroscope) e de 153,50€ (no Mercure Hotel de 4 estrelas), por noite.
O Futuroscope está aberto de 4 de fevereiro de 2017 até 7 de janeiro de 2018, das 10h até ao final da tarde (quando acaba espetáculo noturno). O acesso ao parque é gratuito para crianças com menos de cinco anos. Os adultos pagam 45€ por um bilhete para um dia e 82€ por um bilhete para dois dias. As crianças, dos cinco aos 16 anos (inclusivé), pagam 37€ e 68€, respetivamente. Deve levar calçado confortável e com cordões para este não se soltar durante as atrações interativas. À entrada principal, o parque empresta dispositivos de tradução em inglês e espanhol onde pode conectar os seus próprios auriculares (ou comprá-los lá) para fazer a visita. Os serviços dispõem ainda de alugueres de cadeiras de rodas e depósitos para a bagagem, caso seja necessário.
O Observador viajou a convite do Futuroscope e da Transavia Airlines.