A antiga Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, compareceu esta terça-feira diante de um tribunal no arranque do seu julgamento por corrupção na sequência de um escândalo de tráfico de influências que lhe custou o cargo. Park chegou ao Tribunal do Distrito de Seul pouco depois das 9h (1h00 em Lisboa), escoltada por um grupo de guardas, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Trata-se da primeira vez que Park aparece em público desde que foi colocada em prisão preventiva em 31 de março. A antiga Presidente da Coreia do Sul, que responde por 18 acusações, incluindo corrupção, abuso de poder, extorsão e revelação de segredos de Estado, enfrenta uma pena que pode ir de dez anos a prisão perpétua caso seja condenada.
Park vai ser julgada por um coletivo de três juízes, incluindo Kim Se-yun, que é também o magistrado responsável pelo caso “Rasputina”, como é conhecida Choi Soon-sil, a amiga de longa data de Park e figura central do escândalo de corrupção e tráfico de influências que levou à destituição da antiga Presidente.
Nas duas sessões preparatórias prévias ao julgamento, às quais Park optou por não assistir, os seus advogados negaram todas as acusações que lhe são imputadas.
O Ministério Público considerou provado que Park criou com “Rasputina” uma rede através da qual pediu e obteve subornos de pelo menos três empresas — Samsung, Lotte e SK — no valor de cerca de 59.200 milhões de won (cerca de 48 milhões de euros).
Park, que chegou algemada e evitou o contacto visual à chegada ao tribunal, perdeu a imunidade em 10 de março, após o Tribunal Constitucional ratificar a destituição, aprovada pelo parlamento, controlado pela oposição, em dezembro último.
Foi a primeira chefe de Estado a ser destituída desde que a Coreia do Sul voltou a realizar eleições democráticas, o que, por conseguinte, levou à convocatória de presidenciais antecipadas também pela primeira vez desde 1987. Park, de 65 anos, que foi a primeira mulher a assumir a presidência na Coreia do Sul, é a terceira antiga chefe de Estado a ser julgada por corrupção depois de Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo, condenados na década de 1990.