A polícia de Manchester anunciou esta quarta-feira que todas as 22 vítimas mortais foram já identificadas e que as famílias foram avisadas. Porém, dado o número elevado de vítimas, as autópsias poderão demorar quatro ou cinco dias e só depois disso a polícia confirmará oficialmente as identidades das mesmas. Para já, sabe-se quem são 14 das 22.
“Uma menina linda, em todos os aspetos da palavra”. Foi desta forma que Chris Upton, diretor da Tarleton Community Primary School, em Preston, descreveu Saffie Rose Roussos, de oito anos, a mais jovem vítima mortal conhecida do atentado em Manchester. “Era adorada por toda a gente. A sua bondade será recordada com carinho. Saffie era calma e despretensiosa, com um toque criativo”, comentou, em declarações reproduzidas pelo The Guardian.
Eight-year-old Saffie Rose Roussos from Leyland was killed in the #ManchesterAttack https://t.co/vhUo44cJeI pic.twitter.com/dpwYmw1Wp5
— Sky News (@SkyNews) May 23, 2017
Segundo o The Independent, a mãe, Lisa, de 48 anos, está sedada nos cuidados intensivos e a irmã mais velha de Saffie, Ashlee Bromwich, está hospitalizada num outro hospital por ter ferimentos causados por estilhaços.
Antes de ser conhecida a identidade de Saffie Roussos, já tinha sido confirmada a identidade de Georgina Bethany Callander. Georgina Bethany Callander vivia em Whittle-le-Woods, tinha 18 anos e estudava no Runshaw College, perto de Leyland. Era uma grande fã de Ariana Grande, com quem tinha algumas imagens.
Tributes paid to 18-year-old "Ariana Grande superfan" Georgina Callander – first of 22 Manchester victims named https://t.co/lqUtY17BA5 pic.twitter.com/Sc0xrxrbPF
— BBC Breaking News (@BBCBreaking) May 23, 2017
De acordo com o Evening Standard, Georgina terá sido das primeiras pessoas a dar entrada no hospital e, segundo uma amiga próxima, terá morrido com a mãe ao seu lado. “Estávamos todos a rezar para que fosse encontrada bem e disseram-nos que tinha morrido… Era tão simpática, falava com toda a gente”, lamentou Shelby Wharton. Várias amigas da jovem estão também a deixar as suas mensagens de pêsames no Twitter.
Também Bolton deixou uma mensagem de condolências pelo ataque de ontem à noite, recordando que Georgina jogou na equipa Sub-11 do clube em 2010, sendo treinada pela ainda hoje técnica Jayne Jackson.
Our thoughts are with Georgina's family and friends at this difficult time ❤️ #WeStandTogether https://t.co/B608HZX2yL
— Bolton Ladies (@BoltonLadies) May 23, 2017
John Atkinson, de 28 anos, foi a terceira vítima confirmada. Residente em Radcliffe, entre Bury e Bolton, estaria a abandonar a Manchester Arena na altura da explosão. “Era um verdadeiro gentleman”, diz uma das fontes citadas pelo Manchester Evening. Já terá sido criada uma conta para apoiar a família no funeral.
No Facebook, amigos de John Atkinson já prestaram homenagem à vítima, recordando-o como “um jovem incrível” e “uma alma bonita”.
Entretanto, ainda na terça-feira, Charlotte Campbell confirmou a morte da filha, Olivia Campbell, de 15 anos, que estava desaparecida desde a hora do ataque, prestando-lhe uma homenagem nas redes sociais. “Descansa em Paz minha menina linda e preciosa Olivia Campbell levada para longe, em breve vais cantar com os anjos e continuar a sorrir. A mãe ama-te muito.”
A família e os amigos de Kelly Brewster, de 32 anos, já tinham dado conta do seu desaparecimento logo na noite do concerto. E o parceiro de Kelly Brewster veio entretanto dizer, através do Facebook, que não tinha uma boa notícia: “Kelly Brewster não era um dos feridos não identificados. Ela infelizmente faleceu ontem no terrível ataque”.
Vários têm sido os louvores a Kelly Brewster que, no momento da explosão, protegeu a irmã Claire e a sobrinha Hollie Booth. Claire ficou com o queixo partido e Hollie com as duas pernas partidas, segundo a avó desta última, numa publicação de Facebook, citada pelo The Telegraph. O mesmo jornal conta que Kelly vivia em Sheffield, South Yorkshire.
Fifth victim of Manchester terror attack named by friends as Kelly Brewster, who shielded young niece from blast https://t.co/Ur4qJDTOEh pic.twitter.com/8wPN3uA3oQ
— The Mirror (@DailyMirror) May 23, 2017
Alison Howe, de 45 anos, e Lisa Lees, de 47 anos, foram juntas buscar as filhas ao concerto de Ariana Grande e acabaram por morrer à porta do pavilhão. Inicialmente as mulheres foram dadas como desaparecidas, mas as famílias informaram, esta noite, que são duas das vítimas mortais.
Entretanto as autoridades confirmaram a identidade de mais duas das vítimas mortais: um casal polaco — Marcin e Angelika Klis. Segundo o jornal The Telegraph, Marcin, de 42 anos, e Angelica, de 40, tinham ido ao estádio buscar as suas filhas, Alex e Patrícia, que foram assistir ao concerto de Ariana Grande.
Uma das filhas do casal já tinha feito uma publicação no Facebook, logo na segunda-feira, a dizer que os pais não a tinham contactado no final do ataque. Entretanto o próprio ministro dos negócios estrangeiros polaco veio confirmar que o casal, que vivia em York, morreu no ataque.
O mediático Martyn Hett, um relações públicas de 29 anos que participou com o namorado no programa “Couples Come Dine With Me”, está também entre as vítimas mortais. A confirmação da morte de Martyn Hett, que estava dado como desaparecido desde a noite de segunda-feira, foi avançada pelo seu irmão, Dan Hett, através do Twitter. “Estamos de coração partido”, lê-se na publicação.
Martyn Hett ia viajar esta quinta-feira para os Estados Unidos, para umas férias de dois meses. A madrasta Kathryn Hett, de 59, disse ao The Sun a família estava “arrasada”.
Jane Tweddle-Taylor é a 11ª vítima com identidade revelada. A mulher de 51 anos, rececionista na South Shore Academy School em Blackpool, onde vivia, tinha ido ao estádio com uma amiga que ia buscar as filhas. A diretora da South Shore Academy School, Jane Bailey, descreve-a como uma “amiga e colega verdadeiramente maravilhosa”. E o companheiro, Mark Taylor descreve-a como uma “mulher adorável, querida por todos”. Jane Tweddle-Taylor deixou três filhas.
A mais recente confirmação veio pela voz da diretora da Holmes Chapel Comprehensive School, em Cheshire, que, ao jornal Express atestou que uma das alunas, Nell Jones, de 14 anos, faz parte das vítimas mortais do ataque no Manchester Arena. “Estamos todos devastados com a perda”, afirmou Dennis Oliver , acrescentando que Nell Jones era uma aluna brilhante e popular na escola”. A diretora disse ainda que será dado todo o apoio necessário aos colegas de Nell que ficaram muito abalados com a notícia, até porque muitos estiveram também no concerto.
Sorrell Leczkowski, também de 14 anos, estudante de liceu, da zona de Leeds, foi ao concerto na passada segunda-feira com a mãe, a avó e a irmã e é, avança a BBC, a 13ª vítima mortal do ataque. A avó está internada e em estado crítico; a mãe foi assistida também mas mantém-se livre de perigo; a irmã, mais nova, saiu intacta do atentado.
Michelle Kiss, 45 anos, natural de Lancashire, foi ao concerto desta segunda-feira com Millie, a filha mais nova. Ao contrário da menina, que foi socorrida no local e identificada rapidamente pela polícia, Michelle foi dada como desaparecida — sabe-se agora, foi uma das 22 vítimas mortais do atentado.
Numa declaração divulgada através da Polícia de Manchester, a família de Michelle mostrou-se destroçada com a sua perda: “Michelle Kiss era a adorada esposa de Tony, a mãe de Dylan, Elliot e de Millie, e também a filha de Mick e de Christine e a irmã de Nichola. Morreu tragicamente durante os horríveis acontecimentos de segunda-feira à noite. A família era a sua vida e nós estamos todos obviamente devastados com a sua morte”.