A primeira-ministra conservadora Theresa May foi esta quinta-feira à tarde ao edifício residencial de Grenfell mas não se encontrou com os familiares das vítimas do trágico incêndio que matou pelo menos 30pessoas. Jeremy Corbyn , por sua vez, foi prestar apoio aos familiares das vítimas e até sugeriu que famílias desalojadas ocupassem as casas devolutas de pessoas ricas no bairro de Kensington. O argumento avançado pelo Governo britânico aponta para “questões de segurança”, mas até a rainha Isabel II visitou o local, pelo que a postura da primeira-ministra conservadora mereceu duras críticas.

Segundo o ministro da Defesa, Tobias Ellwood, a chefe do Governo britânico limitou- se a reunir com os bombeiros e forças de segurança presentes no local, numa visita privada sem comunicação social, por “questões de segurança”. A decisão não foi bem recebida entre os moradores, sobreviventes e familiares das vítimas, que disseram inclusivamente ao líder do partido trabalhista, Jeremy Corbyn, que “Theresa May esteve aqui mas não quis falar connosco”.

Jeremy Corbyn foi à igreja que está a servir de acolhimento aos desalojados e prometeu que a ” verdade [sobre as responsabilidades do incêndio] viria ao de cima”. Pouco depois de Corbyn, também o mayor de Londres, Sad iq Khan, visitou o local e foi confrontado pelos moradores, que lhe pediram respostas céleres que não podem ficar “um ano à espera de um inquérito independente”.

As críticas a May fizeram-se ouvir um pouco de todo o lado, inclusive entre figuras públicas. No Twitter, o ator Piers Morgan escreveu: “Se é verdade que Theresa May não se tenha encontrado com nenhum dos sobreviventes ou familiares das vítimas na sua visita a Grenfell, então isso é uma absoluta desgraça”.

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A rainha Isabel II, por sua vez, visitou esta sexta-feira o local e falou com as vítimas. Acompanhada do Príncipe William, os dois encontraram-se com voluntários, moradores e representantes da comunidade, tendo sido recebidos em aplausos.

Entretanto, esta sexta-feira, Jeremy Corbyn defendeu que as famílias que perderam as suas casas no incêndio deviam ser realojadas nas propriedades devolutas de pessoas ricas no bairro de Kensington, defendendo a “posse administrativa” dessas propriedades.

“A zona [norte] afetada pelo incêndio, é, penso eu, a mais pobre do bairro [de Kensington] e deveria ser tomada posse administrativa das propriedades [da zona sul] – se necessário – para garantir o realojamento dessas pessoas nessa zona”, disse, acrescentando que “não é aceitável que existam em Londres moradias e apartamentos de luxo devolutos quando temos famílias desalojadas e pobres a precisarem de uma casa para viver”.