A Proteção Civil fez esta terça-feira o balanço da área ardida em Portugal desde o início do ano: 118 mil hectares desde janeiro até ao final de julho, num total de 8.551 ocorrências de fogo florestal. E quais são as justificações para estes números?

“Tem a ver com a severidade dos incêndios florestais face ao que é o acumulado de combustível e face ao que é a ausência de ordenamento e compartimentação de floresta. Sabemos onde começa o incêndio, não sabemos onde vamos conseguir que pare“, comentou o Comandante Rui Esteves, em conferência de imprensa após reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional.

No passado, era impossível pensar em incêndios com projeções a cerca de 200 metros em dez minutos. E à medida que avança, tem projeções de 800 metros ou mais”, completou.

Ainda assim, as condições meteorológicas previstas para os próximas dias não permitem tréguas, sendo que, de acordo com Rui Esteves, o comportamento humano é um ponto determinante na questão dos incêndios.

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Vai aumentar a temperatura, vai diminuir a humidade relativa e coloca-se também um outro desafio, que tem a ver com o vento a meio da tarde nas terras altas. Alguns incêndios poderão ter um comportamento agressivo. No entanto, as condições meteorológicas adversas não significam que vá existir incêndios porque isso tem muito a ver com o comportamento humano e com a segurança. Daí que seja importante que nos ajudem a evitar os incêndios”, comentou.

Em paralelo, foi também avançado com outro número: já foram detidas 71 pessoas no seguimento dos incêndios, número superior ao ano passado quando se passaram ainda sete meses.

“Temos operacionais de todas as entidades muito disponíveis e motivadas e a prova está no número de detidos que já tivemos este ano. Acreditamos nessa competência e abnegação ao serviço do país“, concluiu.