Um grupo de hackers auto-intitulado “The Binary Guardians” (Os Guardiões Binários) anunciou esta segunda-feira ter conseguido entrar em vários sites de organismos estatais venezuelanos, tendo colocado em alguns deles mensagens contra o governo de Nicolás Maduro. “A nossa luta é digital. Tu trancas as ruas, nós trancamos as redes”, pôde ler-se nos sites de organismos como o Conselho Nacional Eleitoral, o Supremo Tribunal e o Parlamento, segundo relata a agência EFE.
A nossa intenção é dar às pessoas a esperança de que, independentemente de quão forte o inimigo pareça ser, há força na unidade”, disse o grupo à agência Reuters.
As declarações, que foram feitas por email, incluíam também a informação de que o grupo teria conseguido entrar em 40 sites do Estado venezuelano. Os “Binary Guardians” disseram ainda à Reuters que não têm qualquer ligação ao grupo que atacou uma base militar no passado fim-de-semana, numa ação que ficou conhecida como “Operação David”, mas que apoiaram o ataque. Nicolás Maduro já anunciou que irá pedir “a pena máxima” para os que participaram na operação, que classificou de “ataque terrorista”.
Maduro diz que travou sublevação militar. Duas pessoas morreram
O ataque informático ocorreu não só no rescaldo da “Operação David”, como também num dia de marcha pró-governo. Esta segunda-feira, cerca de duas mil pessoas reuniram-se em Caracas para uma manifestação de apoio à Assembleia Constituinte. “Mais do que tudo, esta marcha é um apelo à paz”, declarou uma manifestante à televisão estatal, citada pela Reuters.
A nova Assembleia deverá reunir-se esta terça-feira, depois de Maduro ter anunciado a criação de uma “comissão para a verdade” que visará impor justiça relativamente àqueles que, segundo o Presidente da Venezuela, têm alimentado os protestos que abalam o país desde o início de Abril. Ao todo, num país a braços com sérias restrições de alimentos e uma inflação galopante, mais de 120 pessoas já morreram nos últimos quatro meses, na sequência de vários protestos contra o executivo de Maduro.