Na European Innovation Academy (EIA), que aconteceu pela primeira vez em Portugal este verão, 300 estudantes, de 40 países, distribuídos por 52 equipas, sonharam com um lugar no top 10. De 16 de julho a 4 de agosto tiveram a oportunidade de apresentar o pitch perante um grupo de investidores internacionais.
As ideias mais votadas e que foram consideradas as mais inovadoras tentaram convencer, e ganhar, a confiança dos “cérebros” do empreendedorismo em menos de seis minutos na reta final do maior programa universitário de aceleração digital da Europa.
Alo!Health, Brizzlebee, ECO-5, LEFT, On Fire Tube, Paperchain, Renvest, RippleFarm, ScoolX, TigerTime conquistaram terreno e a maioria irá beneficiar de mentoring durante um ano. Já a FI-D foi escolhida por sorteio e ganhou também o direito à breve apresentação.
As ideias de negócio passaram por áreas tão diferentes como a agricultura, o setor imobiliário, a educação e a saúde, mas todas têm algo em comum: a vontade de marcar a diferença e inovar.
“Quintas do futuro” e nutrição à distância de uma imagem
A RippleFarm foi mais longe e surgiu com a ambição de mudar o mundo, revolucionando a agricultura e a forma como se produzem os alimentos. O projeto-piloto já está a funcionar em Toronto, no Canadá. As “quintas do futuro” são verticais e precisam de pouco espaço. A agricultura atual é “enfadonha e insuficiente para alimentar o mundo”, defendeu o porta-voz da equipa durante o pitch. “Uma sala como esta pode alimentar 55 mil pessoas por ano com duas refeições completas por dia”, exemplificou.
A Alo!Health, app vocacionada para a nutrição personalizada, tem a mesma vontade. “Não estamos só famintos por comida [saudável], mas também por mudar o mundo”. Com base no reconhecimento visual e apenas com uma fotografia da refeição, captada pelo telemóvel, é possível ter um feedback imediato sobre a sua dieta e a análise nutricional dos alimentos.
Entusiasmo, mentes brilhantes e mais tempo
O ECO-5 é projeto inovador que visa a produção de energia a partir do metano proveniente do arroto das vaca. Esta ideia está a ser desenvolvida por cinco alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade da NOVA de Lisboa.
A TiggerTime, que conta com a participação de um português, foi outra das vencedoras da academia. Os promotores da ideia sabem que aproveitar cada minuto é um passo fundamental para obter bons resultados. É precisamente a pensar neste aspeto que decidiram lançar uma aplicação gratuita para ajudar os estudantes e os jovens profissionais a organizar e otimizar o tempo sob o mote “Faz mais com o teu tempo”.
Natalia Uribe é a única rapariga do projeto e aprendeu muito com os mentores e formadores internacionais. Conta-nos que a experiência “foi, de longe, mais gratificante do que jamais imaginei. Durante as semanas mais intensas da minha vida, onde trabalhamos durante 12 horas todos os dias, encontrei pessoas incríveis, aprendi a atingir novos limites e tive conversas individuais com algumas das mentes mais brilhantes do mundo”.
Descobrir novos talentos no desporto… e no imobiliário
O português João Neves está à frente de uma ideia que conquistou o júri de investidores e acabou por ficar entre os dez melhores projetos finalistas da EIA. A On Fire Tube é uma rede social de desporto que pretende “descobrir novos talentos, gerar rendimentos extra e recompensar os melhores fãs”.
O jovem explicou que “os atletas, os clubes e as federações podem associar-se às marcas e promovê-las enquanto recebem comissões nas vendas”. As marcas beneficiam, também, da oportunidade de ter uma rede de promotores que divulgam conteúdo relevante.
A On Fire Tube já existia e estava incubada na Ericeira Business Factory, mas existem startups que nasceram na EIA. É o caso da Renvest, selecionada como uma das 10 melhores ideias. Formada por uma equipa de três pontos diferentes do globo – Portugal, Canadá e Áustria – é uma plataforma online de crowdfunding para reabilitação urbana. “Investimos em imóveis abaixo do preço de mercado, renovamos e vendemos para que possamos distribuir o lucro pela comunidade de investidores”, explicam os impulsionadores do projeto.
O investidor pode estar em qualquer parte do mundo, investir em Portugal e controlar a cada momento os seus investimentos. “Não é fantástico contribuir para o rejuvenescimento das cidades e ainda lucrar com isso?”, questionam os jovens.
A EIA decorreu pela primeira vez em Portugal e o Santander Totta foi o parceiro exclusivo junto das Instituições de Ensino Superior Portuguesas e na área financeira. O banco atribuiu 35 bolsas a estudantes para participar no evento.
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