O ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu esta sexta-feira que é preciso “não arredar pé” no “combate para dar a volta às praxes”, promovendo as práticas positivas, em detrimento das que são “negativas e humilhantes”.
É um combate que temos de encarar todos, os dirigentes, os estudantes, as famílias, os amigos, os vizinhos dos vizinhos, porque é um processo social e temos de encará-lo ano após ano”, afirmou, em declarações aos jornalistas na Universidade de Évora.
O ministro que tutela as pastas da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior considerou que “há sensibilização” sobre a necessidade de práticas positivas nas praxes académicas, nas universidades e politécnicos, mas “nunca é suficiente”.
“Hoje, em todo o país, incluindo em Évora, temos processos muito positivos de integração” dos novos alunos, que contribuem para transformar e identificar “o ensino superior como um espaço de tolerância e de diálogo aberto”, destacou.
Mas, ao mesmo tempo, sublinhou, “persistem na sociedade portuguesa”, não só essas boas práticas, “como práticas particularmente negativas e humilhantes, onde os mais novos são humilhados pelos mais velhos”.
“E, por isso, temos de as combater diariamente. É para isso que cá estamos, para não arredar pé neste combate de dar a volta às praxes”, enfatizou.
Ministro do Ensino Superior repudia praxes que “levem à humilhação”
Na deslocação que efetuou hoje à Universidade de Évora, o ministro participou numa sessão com novos estudantes da academia alentejana, no âmbito do programa “Exarp”, que apoia iniciativas promotoras da liberdade e emancipação dos jovens e da sua melhor integração no ensino superior.
O “Exarp”, que conta com o impulso da Direção-Geral do Ensino Superior, apela “à promoção clara e inequívoca de práticas de receção e integração dos estudantes no ensino superior através da ciência e da cultura, entre outras iniciativas de âmbito cívico, social ou desportivo”.
O objetivo do programa, realçou hoje o governante, é “mobilizar boas práticas para que os estudantes sejam integrados e identifiquem o ensino superior como um espaço de diálogo, de cultura, de tolerância e onde não seja permitida, sobretudo, uma identificação de estudar com a humilhação”.
Manuel Heitor participou também numa reunião com investigadores, realçando aos jornalistas que este é “um ano particularmente importante na área da Ciência, porque irá corresponder a uma nova avaliação das unidades de investigação”.
Ao final da tarde, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior vai assistir ainda, na academia alentejana, à conferência “The Higgs particle and our life”, com a presença de Fabiola Gianotti, a diretora-geral do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN), entre outros especialistas.