O CDS considera insuficientes as medidas anunciadas por Fernando Medina na quarta-feira para diminuir o consumo de água da cidade em tempo de seca. A vereação centrista acusa a câmara municipal de Lisboa de “desperdício de água” em tempo de seca, considerando que as soluções apresentadas pelo presidente da autarquia revelam uma “limitada ambição e visão para resolver o problema da seca”. O CDS apresenta, por isso, medidas adicionais.

O vereador Miguel Moreira da Silva explica que o que foi anunciado por Medina — que incluem desligar fontes ornamentais da cidade que usem água da rede e reduzir a rega nos espaços verdes — constitui uma “incompetência do executivo em matéria políticas municipais para o consumo racional de água”.

O CDS considera “o Partido Socialista diretamente responsável por esta ineficiência hídrica, já que o consumo de água em Lisboa aumentou 9% desde 2008, enquanto o consumo médio nacional diminuiu 66% no mesmo período”. Questionado pelo Observador sobre se este não podia ser um aumento justificado pelo aumento do Turismo, Miguel Moreira da Silva explica que estes números estão “relacionados com o consumo residencial”. Além disso, o “turismo não justifica este aumento”, já que “não há turismo só em Lisboa” e o consumo é superior a outras cidades europeias.

Miguel Moreira da Silva justifica a posição na sequência dos dados revelados pela International Water Association (IWA) que indicam que Lisboa apresenta um consumo médio diário de 173 litros per capita. Ora, segundo o CDS, este valor é “muito acima de outras grandes cidades nacionais como Barcelona e Madrid, que registam um consumo diário de 105 e 124 litros per capita, respetivamente”.

O CDS propõe ainda alternativas como:

  • A criação de redes de água mais inteligentes, dando ao cidadão a informação necessária para adptar um consumo sustentável deste recurso.
  • Uma mais eficiente utilização da água potável, muitas vezes desperdiçada para usos que poderiam ser satisfeitos por água de qualidade inferior, designadamente: a rega de espaços verdes; lavagem de espaços exteriores e veículos; descarga em sanitas; lavagem de loiça e roupa à máquina.
  • A criação, por parte da CML, de um incentivo para que toda a água potável utilizada, especialmente nos seus serviços, deva ser reciclada e reutilizada para fins que não necessitem de água potável, poupando este recurso.
  • A CML ser um exemplo na recuperação de águas das chuvas que caem nas coberturas dos edifícios e que, com o devido tratamento, podem ser utilizadas para fins não potáveis.

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