Nasceu em 1964, formou-se em Gestão e Administração de Empresas e chegou ao FC Barcelona no reinado de Juan Laporta quando tinha 39 anos. Até lá, foi enchendo o seu currículo com “clubes” que enchem o olho: Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Barcelona, ISL, Nike (primeiro responsável pela Península Ibérica, depois no Brasil) e Bonus Sports Marketing, empresa de marketing desportivo que fundou em 2002, tendo também projetos de desenvolvimento social no continente africano. Falamos de Sandro Rosell que, mais tarde, entre 2010 e 2014, seria presidente dos blaugrana. Agora, cumpre o sexto mês preso e a família encontra-se na bancarrota.

“A família vive da caridade de outros familiares, se dependessem apenas deles não teriam sequer para comer. Hipotecaram-lhes tudo, até os carros em nome do Sandro levaram”, contou o advogado do catalão, Pau Molins, em entrevista à RAC1, antes de criticar ainda a decisão que mantém Rosell preso desde 23 de maio: “É uma perversão e um abuso do conceito de prisão preventiva, não se passa em mais nenhum sítio. Há mil formas de privar a liberdade de alguém que alegadamente cometeu um delito. Seis meses de prisão é um drama para as famílias quando se pode colocar uma pulseira eletrónica, tirar o passaporte, obrigar a apresentações periódicas…”.

Não existe um único indício de que Sandro Rosell se tenha aproveitado do Barcelona”, sublinhou o advogado do ex-líder blaugrana, Pau Molins

Sandro Rosell deu entrada na prisão de Soto del Real sem direito a fiança acusado dos crimes de branqueamento de capitais e organização criminal. Em resumo, o ex-líder do Barcelona terá alegadamente desviado através de uma empresa em Andorra 8,4 milhões para Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, e 6,6 milhões para si, num esquema que envolvia comissões ilegais para a venda dos direitos de imagem de 24 jogos particulares da seleção brasileira à International Sports Events.

Depois de ter saído da vice-presidência do Barcelona em 2005, candidatou-se à liderança do clube em 2010, ganhando com 61,5% (tornou-se aí o presidente mais votado de sempre na história do clube) numa equipa onde estava também o atual número 1 dos catalães, Josep Maria Bartomeu. Acabaria por demitir-se em janeiro de 2014, no seguimento de algumas ilegalidades em torno da transferência de Neymar do Santos.

Nesse período, o Barcelona ganhou todas as competições: dois Campeonatos, uma Taça, três Supertaças, uma Liga dos Campeões, uma Supertaça Europeia e um Mundial de Clubes.

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