O deputado socialista João Soares defendeu que o ex-líder do CDS-PP Paulo Portas foi “um excelente ministro da Defesa, se não o melhor”, elogiando a solução para a OGMA e a compra de submarinos.

“Foi excelente ministro da defesa, o doutor Paulo Portas, se não mesmo, o melhor”, defendeu João Soares, ‘na escola de quadros’ da Juventude Popular, que começou sexta-feira em Peniche.

João Soares defendeu igualmente, no contexto da ameaça do terrorismo internacional, que a “Rússia tem de ser aliada”, e considerou que “a Crimeia foi sempre russa” e que “a Geórgia é que começou a guerra”.

Estas ideias foram defendidas numa ‘aula’ sobre “Um novo conceito Estratégico de Defesa Nacional e Europeu”, que partilhou com o almirante Macieira Fragoso.

“A compra dos submarinos foi algo de que me orgulho”, declarou, sublinhando que só não é compreensível para “quem não conheça as Forças Armadas, a Marinha, a afirmação no plano internacional que representa” esse tipo de equipamento ao serviço dos militares portugueses.

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João Soares considerou que “não pode haver mesquinhez em termos orçamentais”, embora admitindo “asneiras em tempo de vacas gordas”, como um “número exagerado de [viaturas] ‘pandur’ que acabaram por não chegar”.

O deputado do PS na comissão de Defesa Nacional expressou ainda admiração, em sentido elogioso, pela “solução encontrada para a OGMA, com presença do Estado, que já tiveram como consequência a vinda para Portugal de uma fábrica da Embraer, em Évora”.

As antigas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico deram lugar à OGMA, Indústria Aeronáutica de Portugal S.A., que, em 2003 foi privatizada, mantendo o Estado 35% do capital, sendo os restantes 65% detidos pela empresa Embraer.

João Soares defendeu que a primeira ameaça à segurança internacional é o terrorismo internacional e, nesse contexto, é “favorável a que a NATO convide a Rússia” e que aquela aliança militar assumisse mais responsabilidades no combate a essa ameaça.

O deputado socialista frisou que “a Federação Russa teve mais vítimas do terrorismo internacional do que o Ocidente todo junto”.

“A Rússia tem de ser aliada. A única coisa em que a Rússia dá cartas hoje em termos mundiais é nas questões da cibersegurança e da ciberintervenção, como se viu nas eleições americanas e quase se viu nas francesas”, sustentou.

Relativamente a conflitos recentes envolvendo a Rússia, João Soares começou por defender que “a Crimeia é uma história mais contada”.

“A Crimeia sempre foi russa e sempre teve uma importância estratégica fundamental para a Rússia”, afirmou, acrescentando que “não morreu um único ucraniano, nem sequer de ataque cardíaco” durante a anexação daquele território ucraniano pela Rússia.

Quanto à Geórgia, salientou que “quem começou a guerra [com a Rússia] foi a Geórgia”.

João Soares sublinhou que “a Federação Russa não é a internacional socialista”, e defendeu a aproximação à Rússia, mesmo considerando que “o senhor Putin tem uma biografia pessoal que não é uma história para se contar às crianças para dormirem facilmente”.