A temperatura desce, a malta sobe. Todos os anos é assim: mal caem uns flocos de neve, logo a Serra da Estrela ganha outra beleza aos olhos de quem a visita – assim as estradas desimpedidas permitam a romaria.
Vestido de branco, ganha outro encanto este destino que nos coloca bem lá em cima. A olhar para baixo; a ver como estar nas alturas tem o condão único de tornar tudo mais pequeno. Do alto dos seus 1.993 metros, a cota máxima de altitude, atingida junto à Torre, a maior serra de Portugal continental oferece-nos vistas de cortar a respiração. De nos deixar de boca aberta. E a bater o dente, quando o Inverno faz questão de gelar o mercúrio – ou não fosse o cume da Serra da Estrela o melhor termómetro para avaliar o rigor do tempo…
À orografia de proporções colossais, a cadeia montanhosa onde se encontram as maiores altitudes do país junta muitos outros motivos de interesse. E “muitos” não é maneira de escrever: são tantos que precisam de espaço; são tantos que se estendem pela maior área protegida em solo português – o Parque Natural da Serra da Estrela.
Entre vales, encostas, planaltos e picos, sugerimos-lhe que parta à descoberta. Vai ver que, se o fizer, o mais provável é que não volte a dizer “desta água não beberei” – é que deste maciço escorrem as linhas de água que beneficiam as três maiores bacias hidrográficas do país: Douro, Mondego e Tejo. Ou seja, não há dia que passe sem que os habitantes de Lisboa, Porto e Coimbra tirem da torneira uma amostra da riqueza hidrológica da Serra da Estrela. E essa riqueza é beleza na origem: barragens, lagoas, covões e praias fluviais pintam um quadro que não se descreve. Escorre, flui e dilui, provando que a natureza é a rainha do improviso e não há plano que a capture melhor do que explorá-la.
Se ainda precisa de incentivos, para trocar as pantufas pelas botas de montanha, ponha os olhos neste roteiro e veja não o que está a perder, mas o que pode ganhar. De caminho, deixamos-lhe na fotogaleria algumas sugestões que lhe permitem poupar. Boa viagem!
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