O artista português Alexandre Farto (Vhils) inaugura em fevereiro, na Galeria Vera Cortês, em Lisboa, Intrínseco, “uma reflexão na forma de instalação”, que reúne elementos visuais de vários locais do mundo onde o artista já trabalhou. “Intrínseco é uma reflexão na forma de uma instalação, que ocupa o espaço da galeria com um conjunto de peças produzidas em placas de PVC flexível e transparente, suspensas do teto, as quais configuram uma representação interativa que permite ao observador deambular por entre os vários componentes cénicos que a constituem”, refere a Galeria Vera Cortês num comunicado enviado à Agência Lusa.
De acordo com a galeria, cada uma das peças que compõem a instalação “apresenta uma composição visual impressa com vários motivos — incluindo rostos, padrões gráficos e geométricos, paisagens urbanas, ou elementos de sinalização –, isolados ou em aglutinação dissonante”. A instalação, desvenda a galeria, “revela-se como uma experiência mutante onde cada um poderá formar diferentes leituras com várias profundidades em função da sua própria perceção e do seu posicionamento no espaço cénico”.
Esta exposição resulta “de uma recolha de retratos e elementos visuais oriundos de vários pontos do mundo onde o artista tem trabalhado”. Intrínseco estará patente de 2 de fevereiro a 17 de março, e pode ser visitada de terça a sexta-feira, entre as 14h e as 19h, e aos sábados, entre as 10h e as 13h e as 14h e as 19h. Esta será a primeira exposição de Vhils em Lisboa desde 2014, quando inaugurou a sua primeira grande mostra numa instituição nacional, o Museu da Eletricidade, Dissecação/Dissection, que atraiu mais de 65 mil visitantes em três meses.
Nascido em 1987, Alexandre Farto cresceu no Seixal, onde começou por pintar paredes e comboios com graffiti, aos 13 anos, antes de rumar a Londres, para estudar Belas Artes, na Central Saint Martins. Captou a atenção a “escavar” muros com retratos, um trabalho que tem sido reconhecido a nível nacional e internacional e que já levou o artista a vários cantos do mundo. Além de várias criações em Portugal, Alexandre Farto tem trabalhos em países e territórios como a Tailândia, Malásia, Hong Kong, Itália, Estados Unidos, Ucrânia, Macau e Brasil.
Em 2015, o trabalho de Vhils também chegou ao espaço, através da Estação Espacial Internacional, no âmbito do filme “O sentido da vida”, do realizador Miguel Gonçalves Mendes. Alexandre Farto é também o fundador, juntamente com a francesa Pauline Foessel, do projeto cultural Underdogs, que se divide entre arte pública, com pinturas nas paredes da cidade, exposições dentro de portas, no n.º 56 da rua Fernando Palha, um antigo armazém recuperado e transformado em galeria, e a produção de edições artísticas originais.
A plataforma tem também uma loja, na rua da Cintura do Porto de Lisboa, e começou em 2015 a organizar visitas guiadas de Arte Urbana em Lisboa. Entretanto, na primavera deverá abrir ao público o Museu de Arte Urbana e Contemporânea de Cascais (MARCC), que resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Cascais e Vhils. O MARCC irá ocupar um espaço com cerca de 1.700 quadrados localizado por baixo da praça D.Diogo de Menezes, perto da marina da cidade.
O museu irá acolher uma exposição permanente, para a qual Vhils doou cerca de 300 obras da sua coleção pessoal, algumas de sua autoria e outras de artistas como os portugueses Abel Manta e Nomen, o britânico Banksy ou o norte-americano Shepard Fairey (Obey), e quatro exposições temporárias por ano.