A ópera “Elektra”, de Richard Strauss, numa encenação de Nicola Raab, estreia-se esta quinta-feira no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, sob a direção do maestro Leo Hussain, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa.

Em declarações à agência Lusa acerca de “Elektra”, Nicola Raab afirmou que “é uma magnífica, forte e fabulosamente intensa ópera, que exige muito dos cantores e da orquestra”.

A produção do Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC), protagonizada pela soprano alemã Nadja Michael, insere-se no ciclo “De Zeus a Varoufakis: A Grécia nos Destinos da Europa”, do CCB.

Nicola Raab, que pela quarta vez trabalha com o TNSC, realçou o grau de exigência desta ópera para cantores e orquestra, pela “amplitude da partitura” e pela sua “intensidade e violência vocal e orquestral”, mas com “todos os condimentos para uma noite marcante”.

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Nicola Raab afirmou que a sua opção para apresentar esta ópera foi “uma extrema concentração na protagonista, Elektra, à volta da qual, e da sua questão psicológica, se desenvolve todo o drama musical”.

O cenário é a Grécia Antiga, a cidade de Micenas, no Peloponeso, onde a narrativa se desenvolve em torno do tema da vingança: a mãe de Elektra, Klytämnestra, assassina o marido, Agamenon, com a ajuda do amante, Aegisth, levando a que a personagem que dá nome à peça procure justiça, alcançada quando o irmão, Orestes, mata os dois.

Conhecendo já a ópera, cujo libreto de Hugo von Hofmannsthal se inspirou na tragédia de Sófocles, esta é a primeira vez que Nicola Raab encena “Elektra”.

O convite do São Carlos, revelou a encenadora à Lusa, tinha apenas uma condição, “encontrar uma maneira de concentrar a ópera e não fazer o habitual”.

“E eu respondi que era óbvio, pois a concentração está toda [na personagem] Elektra, ela é o centro de todo, tudo roda à volta, presos à sua vontade”, disse.

Para a encenadora, esta “concentração” em torno da personagem Elektra “não é uma restrição, mas antes um sentido de liberdade”.

Além de Nadja Michael, do elenco fazem parte Allison Oakes, Lioba Braun, James Rutherford, Marco Alves dos Santos, Mário Redondo, Sónia Alcobaça, Rui Baeta, João Terleira, Patrícia Quinta, e ainda, Maria Luísa de Freitas, Cátia Moreso, Paula Dória, Carla Simões e Filipa van Eck.

Nicola Raab encenou, anteriormente, também na sala belenense, “A Flowering Tree”, de John Adams, na temporada de 2015-16. Raab disse à Lusa que gosta de trabalhar em Lisboa e o facto de ter encenado outras produções do TNSC, lhe dá uma “familiaridade” e um “gosto em voltar”.

“Elektra”, que não era apresentada pelo TNSC desde a temporada de 1976/77, sobe esta quinta-feira à cena, às 21:00, e novamente nos dias 4, às 16:00, e 7 de fevereiro, às 21:00.