O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, classificou o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal como “um ato flagrante” que “parece ter vindo claramente da Rússia”. O responsável pela diplomacia dos Estados Unidos pediu ainda “consequências sérias e apropriadas”, tanto para “aqueles que cometeram o crime como para aqueles que o ordenaram”.
“Se [este ataque] veio da Rússia com o conhecimento do Governo russo ou não, ainda não é do meu conhecimento”, acrescentou no entanto o secretário de Estado. As declarações de Tillerson foram feitas na noite de segunda-feira aos jornalistas que viajavam com ele da Nigéria para Cabo Verde, última paragem da viagem pelo continente africano que tem feito nos últimos dias, e representam a posição mais dura tomada até agora por um representante norte-americano — e até britânico.
Questionado sobre se o ataque irá provocar uma resposta por parte do Reino Unido ou dos seus aliados da NATO, Tillerson respondeu: “Vai certamente provocar uma resposta. Ficamos por aqui.”
As declarações de Tillerson surgiram na sequência de uma chamada telefónica entre o chefe da diplomacia americana e o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, na segunda-feira. Na sequência da conversa, explica a CNN, o gabinete de Tlllerson emitiu um comunicado onde se pode ler que “a Rússia continua a ser uma força irresponsável de instabilidade no mundo, atuando com desconsideração óbvia pela soberania de outros países e a vida dos seus cidadãos”.
Na segunda-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, foi ao Parlamento dizer que “é bastante provável” que o ataque a Skripal tenha sido levado a cabo pelo Governo russo. May deu ainda um prazo máximo até à meia-noite de terça-feira para obter explicações do embaixador russo em Londres. Se não houver uma “explicação credível”, escreve o Guardian, “o Reino Unido irá provavelmente expulsar vários diplomatas”.
Theresa May diz que é “altamente provável” que a Rússia tenha envenenado ex-espião russo