As exportações cresceram 6,2% no segundo mês do ano, desacelerando quase quatro pontos percentuais face ao mesmo mês do ano anterior. A queda de quase 26% nas vendas para Angola, o único dos dez principais mercados para as exportações portuguesas onde se verificou uma queda, e uma diminuição pronunciada nas vendas para países de fora da União Europeia ditaram a desaceleração. O aumento do comércio dentro do mercado único impediu uma queda mais pronunciada, mas ainda assim o défice da balança comercial voltou a agravar-se.

De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, o comércio com os países que fazem parte da União Europeia aumentou 10,3% em fevereiro, face ao mesmo mês de 2017, um impulso dado sobretudo pelos aumentos nas vendas de bens portugueses para França e Alemanha (13,3% e 16,4%, respetivamente)- segundo e terceiro maiores mercados para as exportações portuguesas.

No entanto, este aumento substancial não impediu uma desaceleração nas exportações, que se deveu essencialmente à queda pronunciada nas vendas para fora da União Europeia, mesmo com os aumentos verificados nas exportações para o Brasil e para os Estados Unidos, neste último caso mais residual.

Segundo os dados, as exportações para fora da União Europeia caíram 6,1% em fevereiro, quando no mês anterior haviam crescido 6,8%. O principal destaque vai para a queda nas vendas para Angola, o único dos 10 principais mercados para as exportações portugueses que registou um diminuição em fevereiro deste ano, 25,9% (ou 38 milhões de euros).

O menor crescimento das exportações foi acompanhado de um menor crescimento nas importações, que continuaram ainda assim a crescer a um ritmo superior ao das exportações. As importações cresceram menos em boa parte devido a uma contração nas compras da Rússia, de onde Portugal importa sobretudo gasóleo. As importações cresceram ainda assim 8,5%, levando o défice comercial aos 991 milhões de euros, mais 170 milhões de euros que em igual período.

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