Este domingo, no Estádio do Barreiros, na Madeira, e logo no começo do jogo, da bancada onde se encontravam as claques do Sporting desfraldaram-se tarjas onde se pedia, em letras garrafais, “ATITUDE” aos jogadores leoninos. O ambiente há muito que é de separação (e mesmo animosidade) entre as claques e alguns jogadores do plantel, sobretudo os capitães William e Patrício. E pior ficaria após a derrota frente ao Marítimo.
No final do encontro, foi Patrício (como habitualmente após o final dos jogos) quem reuniu os restantes colegas, apelando a que se dirigissem à bancada para agradecer a presença dos adeptos no estádio. Mas, ao perceber que estava a ser apupado — o guardião “facilitou” no golo da vitória do Marítimo –, Patrício recuou e recusou-se a saudá-los. O mesmo fariam, por exemplo, Gelson e Acuña.
Em seguida, já nas imediações do estádio, algumas dezenas de adeptos do Sporting aguardavam, insatisfeitos, a saída do autocarro com os jogadores. E seria mesmo preciso reforçar o cordão policial naquele local. Quase todos seguiram em passo apressado para o interior do autocarro, sendo William um dos poucos que o abrandou para escutar os adeptos.
Tudo se complicaria já no Aeroporto Cristiano Ronaldo. Enquanto aguardavam pelo embarque, os jogadores foram abordados por Fernando Mendes, antigo líder da claque Juventude Leonina, tendo o mesmo conversado durante alguns minutos com William Carvalho e Jorge Jesus, como se pode ver nas imagens captadas pela CMTV. A situação deteriorou-se aquando da chegada de Battaglia e Rui Patrício. Ouviram-se alguns insultos nessa direção e Fernando Mendes seria afastado do local por elementos da PSP. Apesar da confusão que se gerou, quase todos os jogadores se mantiveram serenos, tendo apenas Marcos Acuña, visivelmente irritado com a situação, que ser empurrado para o interior do embarque por Petrovic e Rúben Ribeiro.
Jaime Marta Soares, o presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, diria à Sport TV, ainda no estádio e a propósito da contestação a que se assistia no exterior: “As pessoas estão desanimadas. É uma reação natural”. Bruno de Carvalho não esteve na Madeira por ter assistido este domingo, em Gondomar, à final da Taça de futsal.
Mais tarde, antes da meia-noite, a equipa leonina aterrou em Lisboa e acabou por sair por Figo Maduro, onde estava montado um dispositivo policial para prevenir um eventual ajuntamento de adeptos, que não se confirmou. Já em Alvalade, as forças policiais criaram um perímetro de segurança largo na zona da saída das garagens, onde algumas dezenas de adeptos verde-e-brancos já se tinham concentrado. Ouviram-se assobios e gritos de “joguem à bola” à passagem das viaturas, mas todas acabaram por sair sem registo de qualquer problema.