O primeiro-ministro, António Costa, disse esta terça-feira que a indústria metalomecânica é o principal setor exportador português, sendo “absolutamente crucial” para o futuro do país, alertando, contudo, para a falta de mão-de-obra qualificada. “O setor [metalomecânico] é hoje o principal setor exportador português, nós temos referido o que tem sido o grande sucesso do crescimento das exportações no agroalimentar, têxtil e calçado, mas a verdade é que o primeiro setor exportador português é o setor das indústrias metalomecânicas, não estamos aqui a falar da indústria automóvel, que tem uma categoria própria, mas mesmo da indústria metalomecânica”, sublinhou.
Durante a conferência “Metal 4.0, a sustentabilidade, crescimento e inovação”, em Serralves, no Porto, o líder do executivo recordou que a metalomecânica tem 20 mil empresas, onde trabalham cerca de 350 mil pessoas e tem um volume acrescentado nas exportações de 6,5 mil milhões de euros. Por esse motivo, António Costa reforçou que o setor é “absolutamente crucial” para o futuro do país.
A fileira da metalurgia e metalomecânica cresceu 14% nas suas exportações neste primeiro trimestre e continua, por isso, a ser um setor de forte contributo para o crescimento da economia e das exportações, referiu, acrescentando que é necessário “acarinhá-lo” para que a dinâmica exportadora continue a crescer. O primeiro-ministro lembrou que Portugal é um país que, de 2005 até 2017, alterou “profundamente” o seu perfil, tendo as exportações passado de 27% para 45% do PIB.
“E tem como ambição chegar a meados da próxima década com um peso nas exportações de 50% no nosso PIB”, frisou. Apesar destes números, António Costa lembrou que a grande prioridade é continuar a apostar na qualificação dos recursos humanos porque essa tem sido a “chave da mudança” do país.
Recordando que nos últimos anos tem havido um crescimento forte do emprego e da população ativa, o governante salientou também que em alguns setores, como é o caso da metalomecânica, há carência de mão-de-obra qualificada. Neste setor, disse, a carência é superior a 20 mil trabalhadores. O primeiro-ministro considerou que, por esse motivo, é essencial reforçar significativamente o investimento na formação.