O médio argentino Rodrigo Battaglia também já entregou a carta de rescisão de contrato com o Sporting Clube de Portugal, alegando justa causa para a saída. O jogador contratado no verão passado ao Sporting de Braga avançou com o processo depois de Rúben Ribeiro (esta quinta-feira) William Carvalho, Bruno Fernandes, Gelson Martins, Bas Dost terem entregue a mesma carta. Rui Patrício e Daniel Podence tinham sido os primeiros a rescindir.

A informação de que Battaglia já rescindiu com o clube de Alvalade começou a ser difundida pela imprensa argentina logo na terça-feira, dia 12 de junho. César Luis Merlo, jornalista da estação televisiva de Buenos Aires, TyC Sports, escreveu o seguinte no Twitter: “Rodrigo Battaglia pediu hoje a libertação do contrato que o ligava ao Sporting, na sequência do ‘apertão’ feito pelos barrabrava [ultras e hooligans de futebol]. Alegou que o clube não garantiu a sua segurança e integridade neste episódio.”

A informação, contudo, foi desmentida por outro jornalista argentino, Luis Fregossi, que escreveu: “O representante de Rodrigo Battaglia NÃO pediu a rescisão de contrato com o Sporting Lisboa. O que disse aos dirigentes, SIM, é que o jogador quer sair do clube. Pediu que o clube tome em consideração as ofertas que se aproximem ou que cheguem pelo médio que esteve entre os 35 pré-convocados da selecção argentina para o Mundial da Rússia.”

A ideia do jogador é continuar na Europa. O empresário do jogador fará chegar ofertas deste continente para que [Battaglia] saia de Portugal. Caso os dirigentes do Sporting se oponham (a sua cláusula é de 60 milhões de euros), aí recorrerão ao Tribunal Arbitral do Desporto para pedir a rescisão. Ele não quer voltar”, dizia o jornalista.

Esta quinta-feira, menos de uma hora depois de ser conhecida a rescisão de Rúben Ribeiro, tornava-se oficial a saída do argentino do clube.

Battaglia, um dos alvos de Alcochete

Rodrigo Battaglia era um dos principais alvos dos adeptos leoninos que invadiram a Academia de Alcochete encapuçados, durante um treino da equipa masculina de futebol profissional do Sporting. O ataque aconteceu na sequência da derrota do Sporting na Madeira, na última jornada do campeonato, que fez com que o clube fosse ultrapassado pelo Benfica no segundo lugar. O Sporting tinha ainda uma final da Taça da Portugal para disputar quando o ataque aconteceu. Acabou por perdê-la para o Desportivo das Aves, por 2-1.

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Acuña, Patrício, William e Battaglia. Estes eram os alvos da fúria dos adeptos que invadiram a Academia do Sporting

Além da derrota, houve dois momentos na Madeira que contribuíram para a indignação de Fernando Mendes, ex-líder da claque Juventude Leonina, e de outros adeptos do Sporting, vários deles membros da claque leonina. Um deles foi a recusa de Rui Patrício em cumprimentar os adeptos presentes na Madeira depois da derrota. O guarda-redes terá ouvido insultos dos sportinguistas e optou por dirigir-se diretamente aos balneários, no final da partida. Já Acuña trocou mesmo palavras acesas com os adeptos ainda no Estádio dos Barreiros.

A CMTV revelou imagens que mostravam o ex-líder da Juventude Leonina (que foi recentemente detido pela sua presença no ataque a Alcochete) indignado com o jogador Marcos Acuña, no aeroporto da Madeira. Fernando Barata “Mendes” utilizou palavras insultuosas (“hijo de puta”) e exigiu falar com Acuña, que tentou responder e foi travado pelos colegas. Foi então que Fernando Mendes proferiu a ameaça que — acredita o Ministério Público — daria origem à invasão e às agressões de adeptos encapuçados a jogadores, preparador-físico e treinador do Sporting: “Falamos em Alcochete.”

Acuña e Battaglia vão sair do Sporting. Com rescisão ou vendidos, é a dúvida

No aeroporto da Madeira, Rodrigo Battaglia foi um dos jogadores que defendeu Acuña, tendo inclusivamente entrado em confronto físico com um adepto. Na tarde do ataque a Alcochete, Battaglia já estava no interior do balneário quando começou a confusão, ao contrário de alguns colegas. À GNR, contou que os atacantes entraram gritando o nome de alguns jogadores, entre os quais o seu. Quando o viram, foi cercado por cinco ou seis atacantes. Foi esmurrado na cara e no tronco e foi-lhe atirado um garrafão de 25 litros de água para cima.

Já depois dos acontecimentos, Rodrigo Battaglia deu uma primeira entrevista à imprensa argentina dizendo que o Sporting estava “a pedir uma verba alta pela transferência” e que queria “ficar em Portugal.” Questionado sobre o seu futuro, disse: “Tenho contrato, mas veremos o que faço.” Mais recentemente, o jogador deu uma entrevista onde manifestou a intenção de sair: “Acima de tudo está a minha família. Quero sair! Gostava que isto não tivesse acontecido, porque a minha vontade era continuar no Sporting.” O Observador sabe que Battaglia não fazia questão de rescindir contrato com o Sporting, aceitando ser transferido pelo clube de Alvalade. A transferência, no entanto, não se concretizou.

Sporting. Acuña também vai rescindir, Dost pode ser o próximo e Battaglia espera por eventual venda