O Sporting divulgou na madrugada desta terça-feira um comunicado a dar conta da informação prestada a 12 de junho à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pelo auditor do clube, a PwC, sobre o impacto negativo das rescisões dos jogadores do clube. No texto consta uma frase do auditor sobre o “impacto na gestão do risco de liquidez da Sporting SAD” dessas rescisões e da existência de “uma ameaça concreta em relação à continuidade das operações” da sociedade.

Esta avaliação é feita com base “nas recentes rescisões de contratos de trabalho desportivo de jogadores” da SAD que são “considerados dos mais valiosos em termos de mercado” e sobre os quais o Sporting está impossibilitado de vender, tendo em conta que rescindiram. Até agora foram nove os jogadores do clube que apresentaram cartas de rescisão, alegando justa causa, Rui Patrício, Daniel Podence, William de Carvalho, Gelson Martins, Bas Dost, Rúben Ribeiro, Rafael Leão, Bruno Fernandes e Battaglia.

A partir do primeiro ponto do comunicado (que tem 8 pontos) da Sporting SAD, presidida por Bruno de Carvalho, a PWC não volta a ser citada diretamente, mas a nota dá ainda conta que o auditor fez um cálculo sobre o impacto das rescisões no ativo e nos capitais próprios da SAD: “Os impactos calculados a 31 de março de 2018, data a que reportam as últimas contas publicadas pela Sociedade, em termos do ativo intangível — valor do plantel, indicam, para os jogadores comunicados pela sociedade como factos relevantes, um valor de redução do mesmo em cerca de 16,5 milhões de euros, representando 6% do total do ativo; da mesma forma, o impacto da possível imparidade associada ao valor do plantel, sem qualquer efeito de imposto sobre o rendimento, conduziria, na mesma data de 31 de março de 2018, a que o total dos capitais próprios passasse de 7,5 milhões de euros para cerca de 9,0 milhões de euros negativos”.

Apesar disso, o Conselho de Administração do clube garante que a “continuidade das operações se encontra assegurada” tendo em conta os ativos que permanecem no Sporting, mas também por causa da “reestruturação financeira acordada e contratada em 2014 com os bancos financiadores”, defende no comunicados.

No que diz respeito aos jogadores, o texto garante mesmo que o Sporting “continua dispor de direitos desportivos e federativos sobre um leque considerável de profissionais de futebol” e que esse mesmo plantel “permite assegurar o mesmo nível de desempenho desportivo das épocas anteriores”. Além disso, os responsáveis da SAD admitem como “expectável” que as rescisões “determinem uma descida acentuada dos gastos com pessoal”.

A SAD argumenta ainda que vai “tentar responsabilizar” os jogadores que rescindiram, “por inexistência de justa causa”. O Sporting diz ter “a expectativa de ser devidamente ressarcido” pelos jogadores e pelos clubes com os quais possam vir a celebrar contrato  de trabalho.

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