Os países do Grupo de Visegrado – Hungria, Eslováquia, Polónia e República Checa — anunciaram esta quinta-feira que não vão participar na minicimeira europeia sobre migrações que se realiza no domingo em Bruxelas.
“A minicimeira de domingo é inaceitável, não vamos participar, querem requentar uma antiga proposta que já recusámos”, afirmou o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, após uma reunião com os homólogos húngaro, eslovaco e checo. Morawiecki criticou ainda que o encontro tenha sido convocado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, porque é o presidente do Conselho Europeu, Donald “Tusk o responsável pela organização das cimeiras”. “Não participaremos porque isso é contrário aos costumes da União Europeia”, acrescentou.
“Os países membros do Grupo de Visegrado consideram que o diálogo sobre migrações é da competência do Conselho e não da Comissão”, afirmou também o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.
Os dirigentes dos quatro países reuniram-se esta quinta-feira em Budapeste com o chanceler da Áustria, Sebastien Kurz, e, segundo Orban, acordaram reforçar a defesa das fronteiras externas da UE.
Juncker convidou na quarta-feira nove países da União Europeia para uma “reunião de trabalho informal”, no domingo, sobre migrações, um dos temas centrais da cimeira europeia de 28 e 29 de junho. A Comissão anunciou a participação dos líderes da Alemanha, França, Espanha, Grécia, Itália, Áustria, Bulgária, Bélgica e Holanda, mas frisou que a reunião é aberta a participação de todos os Estados-membros que manifestem interesse.
A reunião é vista como uma manifestação de apoio à chanceler alemã, Angela Merkel, pressionada pelo aliado de coligação CSU a obter dos parceiros europeus um endurecimento das regras em matéria migratória.
Segundo um projeto de documento de trabalho citado pela agência France-Presse, a reunião deverá terminar com um compromisso para acelerar a transferência dos requerentes de asilo para o país pelo qual entraram em território europeu e a criação de um “mecanismo de solidariedade eficaz” com uma repartição obrigatória dos refugiados pelos países membros, uma proposta que os países de Visegrado recusam categoricamente.