A Chic by Choice, uma startup portuguesa de aluguer de vestidos, vai avançar para liquidação. A informação foi avançada por Rita Marques, diretora da Portugal Ventures — que detém 18,7% do capital social da startup –, numa entrevista ao jornal Eco. A marca vai, no entanto, manter-se, ainda que não se saiba em que formato.

“Estamos a resolver o caso da Chic by Choice como o de outras empresas que estão a passar ou que passaram pelo mesmo. O assunto está a ser tratado fiscalmente, financeiramente e juridicamente, para encerrar a empresa. É esse o desfecho, que para nós é normal, por isso é que é capital de risco”, disse Rita Marques, que está ao leme da gestora de capital de risco do Estado desde maio.

Em Fevereiro deste ano, o Observador investigou o negócio das portuguesas que foram distinguidas pela Forbes como duas das jovens mais brilhantes da Europa com menos de 30 anos na categoria de Retalho e Comércio Eletrónico. Além de se ter concluído que a empresa não estaria a funcionar como era suposto, verificou-se que os prejuízos ascendiam a mais de um milhão de euros. Na altura, nenhuma das fundadoras do projeto prestou declarações sobre o assunto.

Na sequência desta investigação, a Portugal Ventures disse que o projeto tinha um modelo de negócio insustentável e que estaria a tentar vender a empresa. Segundo a gestora, “as promotoras optaram por reduzir a estrutura de custos e o investimento na aquisição de clientes, mantendo a marca ativa no mercado através da rentabilização dos seus ativos existentes e estabelecendo contactos para a possibilidade de venda da empresa”.

Rita Marques falou ainda na entrevista de um “discurso muito construtivo por parte dos founders”. “Quando as coisas correm mal e, mais uma vez, por isso é que se chama capital de risco, temos de resolver a situação da melhor forma possível. E é muito bom termos até ao final um discurso profícuo com os founders. Porque, para eles, não deve haver dor maior de que não passar pelo exit [venda da participação] e ir para a liquidação ou insolvência”, argumentou.

No ano passado, a Chic by Choice alterou o modelo de negócios: passou de plataforma de aluguer de vestidos de luxo para um negócio de venda de vestidos. No final do ano, tanto as duas fundadoras, Filipa Neto e Lara Vidreiro, como a restante equipa saíram da empresa.

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