O médico brasileiro de cirurgia plástica Dénis Furtado, conhecido como “Doutor Bumbum”, está a ser procurado pela polícia do Rio de Janeiro, no Brasil, depois da morte de uma paciente, este domingo, que foi submetida a uma operação aos glúteos no apartamento do médico.

Lilian Calixto, uma bancária de 46 anos de Cuiabá, no centro do Brasil, viajou até ao Rio de Janeiro, este sábado, para realizar a cirurgia, tendo dito aos familiares que tudo seria feito numa clínica, avançou o G1. Nessa noite, deu entrada no hospital em estado muito grave, acompanhada do médico, da mãe e da namorada deste. A paciente morreu duas horas depois e as causas da morte ainda não são conhecidas.

Ainda antes, a vítima terá informado o hospital do que aconteceu, tendo a instituição comunicado às autoridades, que através do taxista que levou Lilian ao apartamento do dito cirurgião, conseguiram localizar Denis e a sua namorada num centro comercial, mas o médico conseguiu fugir “ao ultrapassar uma cancela, tendo abandonado o carro logo a seguir”, disse a detetive Adriana Belém.”Estamos a seguir o seu rasto”, acrescentou. A namorada foi detida.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Denis Furtado não estava registado para exercer dentro daquele Estado. Além disso, é proibido realizar cirurgias em casa, algo que o médico terá feito desde o início. A TV Globo transmitiu a gravação de uma chamada entre a mãe do cirurgião e outra paciente que reclamou da forma como os procedimentos eram feitos e se recusou a participar numa cirurgia num apartamento privado.

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Furtado, que tinha mais de 600 mil seguidores nas redes sociais, está indiciado por homicídio qualificado e associação criminosa, juntamente com a mãe — que também era médica e não podia exercer no Rio –, a namorada — que trabalhava como secretária do médico — e uma empregada que emprestou o nome para a abertura da clínica, que na verdade é um salão de beleza.

A advogada de defesa de Denis Furtado, Naiara Baldanza, disse que “qualquer conclusão sobre a morte de Lilian Calixto é prematura”. “Ninguém é considerado culpado antes da sentença”, sublinhou.

Esta não é a primeira vez que o médico tem problemas com a justiça: homicídio, porte ilegal de armas e ameaça são alguns dos seus antecedentes criminais. Em 2017, a Polícia Civil do Distrito Federal abriu um inquérito para averiguar em que circunstâncias Denis Furtado praticava as operações. Na altura foram apreendidos medicamentos e três armas de fogo na residência do médico.