O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano Paul Ryan, disse esta trça-feira que não convidará o Presidente russo Vladimir Putin para se dirigir ao Congresso caso este visite Washington, porque “é algo reservado aos aliados”.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, convidou o seu homólogo russo a visitar Washington no outono, na sequência do encontro privado que mantiveram durante a cimeira de Helsínquia, na semana passada. No decurso de conferência de imprensa conjunta, Trump negou na ocasião os relatórios dos serviços de informações sobre uma alegada interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.

O discurso perante as duas Câmaras do Congresso é uma honra que tem sido concedida a diversos líderes mundiais que visitam Washington, como sucedeu na primavera com o Presidente francês, Emmanuel Macron. “Decerto que não o vamos convidar para uma sessão conjunta. Isso é uma coisa reservada para os aliados”, afirmou Ryan numa referência a Putin.

Em paralelo, o líder republicano assegurou que os deputados da Câmara de Representantes estão a tentar convencer Trump que a aplicação de taxas alfandegárias a mercadorias vindas do exterior “não é o caminho a seguir”. “Deixei a minha posição muito clara, não penso que as taxas alfandegárias sejam a resposta correta”, salientou. Ryan disse compreender o objetivo de Trump — tentar um “melhor acordo para os americanos” — mas discordou da estratégia do Presidente. O presidente da Câmara dos Representantes disse ainda que não apoia esta opção, porque, assinalou, “as taxas alfandegárias são impostos”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As observações de Ryan surgiram algumas horas após Trump ter referido através da rede social Twitter que “As taxas alfandegárias são o melhor!”, e ameaçado impor penalizações adicionais aos parceiros comerciais dos Estados Unidos.

O Presidente norte-americano deve reunir-se quarta-feira, na Casa Branca, com responsáveis europeus, designadamente o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, num momento de particular tensão após a aplicação por Trump de taxas alfandegárias sobre as importações de aço e quando a guerra comercial entre os EUA e a União Europeia ameaça estender-se à produção automóvel.