A administração da TAP decidiu acabar com as viagens gratuitas para membros do Governo. De acordo com uma notícia avançada esta quinta-feira pelo Negócios, a companhia aérea está a negociar com o Governo uma solução que seja justa para as duas partes e que deve envolver tarifas especiais ou pacotes de descontos. Em declarações ao jornal, fonte da TAP indicou que Governo e companhia aérea estão a discutir o “estabelecimento de novas regras sobre as condições a aplicar nas viagens de servidores públicos, a adotar proximamente”.

A necessidade de colocar um fim às viagens oferecidas a membros do Governo advém de uma adaptação às condições ditadas “pela observância das regras de mercado em que a TAP opera”, ou seja, pelo facto de se tratar de uma empresa privada. Segundo o Negócios, ainda que o acordo não esteja totalmente fechado é já certo que o fim das “borlas” está assegurado.

As conversações – que estão a ser mantidas com o Ministério das Infraestruturas, liderado por Pedro Marques – têm como objetivo encontrar um meio-termo vantajoso para as duas partes e que deve visar a implementação de tarifas preferenciais para as viagens de membros do Governo e pacotes de descontos para todos os destinos que a TAP oferece. As negociações entre a companhia aérea – detida em 50% pelo Estado e em 45% pela Atlantic Gateway de Humberto Pedrosa e David Neeleman – e o Governo não têm data de término fixada.

A gratuitidade dos bilhetes de avião tem sido uma prática recorrente nas deslocações oficiais dos membros do Governo pela TAP. A companhia aérea portuguesa concede ainda a outros representantes do país, normalmente diplomatas, a transferência para a classe executiva. O tema tomou especial relevância em 2011, quando o então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho pediu a mudança do seu bilhete e da restante equipa de classe executiva para económica num voo para Bruxelas – cumprindo a promessa de que o Governo só viajaria em classe económica.

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