O número de acidentes rodoviários e de mortos nas estradas portuguesas tem vindo a aumentar nos últimos dois anos, noticia esta quinta-feira o Jornal de Notícias. Se entre 2010 e 2016 a sinistralidade rodoviária diminuiu a cada ano, a partir de 2017 o panorama começou a mudar. E continua a aumentar este ano: entre janeiro e agosto, houve mais 1440 acidentes do que em igual período do ano passado (1,7%) e mais 2090 do que em 2016 (2,5%). Em relação ao número de mortos, são mais 48 do que em 2016 (17%), embora tenha havido menos cinco do que em igual período do ano passado.

Mas se em vez de se contabilizar apenas os primeiros oito meses do ano, as contas forem feitas tendo como base um ano, entre 1 de setembro de 2016 e 31 de agosto de 2017, e o período homólogo, entre 1 de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018, o número de mortos aumentou de 498 para 505. Neste cenário, o distrito onde o número de vítimas mortais mais subiu foi Setúbal, onde se registaram mais 15 casos, seguido de Viseu (12), Vila Real (9), Braga (7), Castelo Branco (7), Lisboa (4), Leiria (2) e Beja (1). O Porto foi o distrito onde se registou a maior diminuição, com menos 29 mortos.

Citado pelo Jornal de Notícias, o presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, José Miguel Trigoso, “algumas campanhas que têm sido feitas contribuem para alguma queda da sinistralidade, mas não têm resultados globais duradouros”. Para o presidente do Automóvel Clube de Portugal, Carlos Barbosa, o principal problema é “as pessoas conduzirem mal”. “Ninguém vai à escola aprender a conduzir, vai só tirar a carta”, disse ao mesmo jornal.

Além disso, os dois responsáveis defendem a mudança do modelo de formação e o regresso da “carta de moto obrigatória pata todos os motociclos”. Atualmente, quem quer conduzir motos até 125 cm3 de cilindrada, precisa apenas de ter a carta de automóvel. José Miguel Trigoso considera também que as punições deviam ser mais pesadas, nomeadamente para a condução sob efeito do álcool.

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