A pouco mais de um ano da apresentação formal da versão definitiva do Volkswagen I.D. Neo, o construtor germânico partilha cada vez mais dados sobre o seu futuro modelo. Ao Observador, admitiu que o futuro I.D. custará 23 mil euros na Alemanha, onde a marca garante que “o I.D. será proposto pelo valor de um Golf diesel”, segundo os responsáveis pela mobilidade eléctrica do fabricante de Wolfsburg com quem o Observador teve oportunidade de conversar.

Contudo, é bem possível que estes veículos eléctricos, à semelhança dos concorrentes, não sejam comercializados nos restantes países pelo valor por que são propostos na Alemanha, apesar dos automóveis eléctricos accionados por bateria não estarem sujeitos a impostos especiais ou extraordinários, além do IVA, cujo valor varia de país para país e que, em Portugal, tem dos valores mais elevados (23%), sendo de apenas 19% na Alemanha.

A boa notícia é que, ao que conseguimos apurar, a Volkswagen está a ser sensibilizada para uniformizar os preços por essa Europa fora, elevando-os artificialmente nos países que têm o IVA mais baixo, para depois compensar nos que o têm relativamente mais elevado, pelo que é natural que surja uma certa harmonização. Isto significa que, em Portugal, o I.D. na versão mais acessível será proposto por mais de 23 mil euros, mas por bastante menos de 30.000€, conforme nos adiantaram fontes conhecedoras do processo. Se tivéssemos que arriscar, apostaríamos num valor entre os 25 e os 28 mil euros.

Além deste preço estar em linha com o valor de um Golf diesel no nosso mercado, é igualmente um preço espectacular face à concorrência, e que vai certamente causar alguma apreensão aos modelos já disponíveis no mercado, que assim vão ser obrigados a rever (por baixo) os seus preços. Isto porque o I.D. Neo, com a sua habitabilidade, potência e capacidade de bateria, não pode custar menos 5.000€ do que o Nissan Leaf (menos potente, com menos bateria, menos autonomia e menos habitável) ou do que o Renault Zoe (mais pequeno, muito menos habitável, menos potente e com menos bateria e menos autonomia), modelos que hoje – devido à falta de concorrência – são propostos por cerca de 33 mil euros na versão mais barata.

Este posicionamento de preço do Renault e do Nissan torna evidente que, após a chegada do I.D. Neo (em 2020) e da versão mais barata do Tesla Model 3 (cerca de 30.000€), a concorrência será obrigada a baixar consideravelmente os preços. E isto fará maravilhas à possibilidade de os condutores nacionais acederem a veículos eléctricos alimentados por bateria, sem terem de vender as jóias da família. Algo que seria inimaginável até a Tesla propor um modelo com 4,7 metros de comprimento, ou seja, um Passat, por pouco menos do que um Leaf ou de um Zoe, e por pouco mais de um Golf.

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