Uma empresa brasileira foi autorizada esta sexta-feira a iniciar as obras de reconstrução do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Brasil, destruído pelas chamas no início do mês e que perdeu grande parte do acervo.

A empresa brasileira Concrejato Engenharia , especializada na restauração do património histórico e arquitetónico, assinou um contrato com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, responsável pelo museu, que permite iniciar o trabalho de recuperação.

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O acordo foi possível após a libertação de 8,9 milhões de reais (cerca de 1,9 milhões de euros) por parte Ministério da Educação do Brasil.

A primeira fase da obra, que tem duração estimada de 180 dias, servirá para sustentar a estrutura, instalar o telhado e proteger a fachada do Museu Nacional.

A Concrejato Engenharia já tinha participado nas obras de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, também destruído por um incêndio em 2015.

Só depois desta primeira fase é que vão realizar-se as obras dentro das instalações.

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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) estimou na terça-feira que a recuperação do Museu Nacional do Rio de Janeiro pode demorar dez anos.

“É um trabalho de muitos anos. Atualmente, não há uma solução mágica para reconstruir o museu em poucos meses. Temos um longo trabalho de identificação dos escombros, muitos dos quais são fragmentos de artigos do museu”, disse a representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noletov.

O Museu Nacional foi fundado pelo rei D. João VI, de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.

Entre as peças do acervo estavam a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no país, batizado de “Luzia”, com cerca de 11.000 anos.

Entre os milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira estavam igualmente um diário da imperatriz Leopoldina e um trono do Reino de Daomé, dado em 1811 ao príncipe regente português João VI.