A Tesla foi a primeira a perceber que era possível ter um veículo eléctrico que fosse interessante de conduzir, emocionante de acelerar e com uma autonomia respeitável. Mas a marca californiana está longe de estar sozinha, pois ainda que continue folgadamente à frente dos construtores tradicionais que começaram há menos tempo a investir em carros alimentados por bateria, a realidade é que existem outros fabricantes de modelos movidos a electricidade, mais pequenos e mais jovens do que a Tesla, que em muitos aspectos a ultrapassam em tecnologia. É o caso da Rimac e também da Nio, ambos com modelos no mercado que se assumem como as referências numa série de áreas, em que superam o fabricante de Palo Alto.
A Tesla, que só em dois trimestres apresentou lucros operacionais diminutos, apesar de estar a funcionar desde 2003, continua a perder dinheiro a bom ritmo, mas o seu potencial é tremendo. E não é por este jornalista ou aquele analista o afirmarem, é antes porque os investidores mantêm a confiança na empresa e, sobretudo – ainda que isto também aborreça muitos detractores de Elon Musk –, no seu CEO.
Estes investidores, que não têm problemas em confiar os seus milhões à marca americana, acreditam sobretudo no potencial económico dos veículos eléctricos. Estão confiantes que a Tesla, quando terminar este período de forte investimento – incluindo a Gigafactory na China para veículos e baterias, altura em que o Model 3 já terá atingido a velocidade de cruzeiro (espera-se…) e se terá iniciado a produção do Model Y –, começará a dar dinheiro que se veja, bem acima dos 5-8% dos fabricantes tradicionais. Mas acham também que a Tesla já está numa fase muito avançada, pelo que procuram novas “teslas”, ainda em fase embrionária, que lhes permitam maximizar os lucros.
Um dos exemplos chega-nos pela Baillie Gifford & Co, empresa escocesa que gere um fundo de investimento com cerca de 220 mil milhões de euros e que possui 7,7% da Tesla, sendo o segundo maior investidor individual, depois de Elon Musk, que controla cerca de 20%. Segundo a Bloomberg, a Baillie Gifford & Co adquiriu uma fatia de 11,4% da Nio, num total de 85,5 milhões de acções, por “apenas” 500 milhões de dólares. Apostam os gestores do fundo escocês que as acções da Nio, hoje a 7,18 dólares cada, vão permitir um encaixe fabuloso se um dia se vierem a aproximar dos 252$ a que estão cotadas as da Tesla.
A Nio é um empresa chinesa que nasceu em 2014 e foi buscar capital à bolsa americana em Agosto deste ano. Fabrica o EP9, um desportivo de dois lugares tão exuberante quanto eficaz, com 1.360 cv e capaz de atingir 100 km/h em 2,7 segundos, que é simultaneamente o recordista absoluto de Nürburgring. Produz igualmente o ES8, um SUV de grandes dimensões com a capacidade de trocar de bateria para rapidamente ficar com carga máxima e o ES6, ligeiramente mais pequeno.