A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) espera do novo ministro da Defesa “disponibilidade para o diálogo” e aponta como prioridades a discussão da falta de efetivos nas fileiras e a revisão do Estatuto dos militares.

“Aquilo que nós para já solicitamos, é que tenha capacidade de diálogo, que nos oiça, que se reúna connosco. É o ponto de partida para a resolução dos problemas com que se debatem os militares das Forças Armadas”, disse o coronel António Mota, em declarações à Lusa.

O antigo secretário de Estado da Cooperação e também da Defesa João Gomes Cravinho foi o nome escolhido pelo primeiro-ministro para substituir, na pasta da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, que se demitiu na sexta-feira.

O presidente da AOFA adiantou que irá solicitar, logo após a posse, na segunda-feira, “uma audiência com caráter de urgência” para expor ao novo ministro as prioridades daquela associação representativa de militares.

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A necessidade de medidas para reverter a “exiguidade” do número de efetivos nas fileiras, cerca de 28 mil, e a revisão do Estatuto dos Militares das Forças Armadas na área da progressão das carreiras, complemento de pensão cálculo da reforma e promoções são as prioridades apontadas pela AOFA.

A situação financeira do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) e o apoio social prestado aos militares, são outras questões para as quais a AOFA espera atenção do novo ministro da Defesa.

Gomes Cravinho vai suceder a Azeredo Lopes que se demitiu para “evitar que as Forças Armadas sejam “desgastadas pelo ataque político” e pelas “acusações” de que disse estar a ser alvo por causa do processo de Tancos.

Doutorado em Ciência Política pela Universidade de Oxford, e com mestrado e licenciatura pela London School of Economics, João Gomes Cravinho é atualmente embaixador da União Europeia no Brasil, desde agosto de 2015, tendo desempenhado o mesmo cargo na Índia entre 2011 e 2015.

Entre março de 2005 e junho de 2011, João Gomes Cravinho foi secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação e também da Defesa, nos XVII e XVIII governos constitucionais liderados por José Sócrates.