O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa decidiu esta quarta-feira levar a julgamento os três seguranças acusados de tentativa de homicídio de dois homens, agredidos com violência em novembro de 2017 junto à discoteca Urban Beach, em Lisboa.
Os três ex-funcionários da empresa que prestava serviço de segurança na discoteca requereram a abertura de instrução, fase facultativa na qual um juiz de instrução criminal decide se leva os arguidos a julgamento. Na decisão instrutória, entregue em mãos aos advogados, pelas 14h30, no TIC de Lisboa, a juíza de instrução criminal Cláudia Pina pronunciou (decidiu levar a julgamento) os três arguidos “nos exatos termos” da acusação do Ministério Público (MP). No debate instrutório, que decorreu a 12 de novembro, a procuradora do MP Emília Serrão tinha pedido à juíza que pronunciasse os arguidos nos “termos da acusação”, enquanto os advogados dos seguranças defenderam que os seus constituintes fossem pronunciados apenas por ofensa à integridade física simples.
Segundo o despacho de acusação do Ministério Público, a que a agência Lusa teve acesso, pelas 6h30 de 1 de novembro de 2017 os três homens estavam de serviço quando foram informados da presença de um grupo de quatro pessoas, do qual faziam parte os dois ofendidos. Foi-lhes transmitido que esse grupo estaria a provocar clientes numa rulote de comes e bebes, localizada na zona.
Os três arguidos, juntamente com o homem que lhes passou a informação, dirigiram-se às roulotes e confrontaram os ofendidos, “nomeadamente com o facto de ali se encontrarem a assaltar pessoas”. Acabaram por agredi-los, descreve a acusação, com socos, pontapés e golpes de navalha, mesmo quando estavam no chão. Os dois ofendidos deram entrada nas urgências do Hospital de São José, em Lisboa, com vários traumatismos, lesões e fraturas.