O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) e a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) delinearam uma nova greve nos blocos operatórios com início a 14 de janeiro de 2019 e fim previsto para 28 de fevereiro. A nova paralisação que vai durar cerca de um mês e meio abrangerá sete unidades hospitalares, mas pode ser vir a ser suspensa caso haja acordo com o governo. Há já três pré-avisos de greve marcados para o próximo ano.

Além dos Centros Hospitalares Universitários do Porto e  S. João, que estão em greve até ao final do ano, a nova paralisação conjunta do Sindepor e da ASPE, anunciada esta quarta-feira, irá envolver o Centro Hospitalar entre Douro e Vouga, Centro Hospitalar Gaia/Espinho, Centro Hospitalar Tondela/Viseu, Hospital de Braga e mais a sul o Hospital Garcia de Orta.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/enfermeiros-em-portugal/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”261″ slug=”enfermeiros-em-portugal” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/enfermeiros-em-portugal/thumbnail?version=1544192474398&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]

O anúncio foi feito esta quarta-feira e o presidente do Sindepor, Carlos Ramalho, defendeu que “não foi uma decisão fácil” escolher os locais de paralisação, mas assegura “não se pretende desgastar a mesma população das mesmas regiões”, em declarações à TSF.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Não foi uma decisão fácil escolher os locais porque, neste momento, os enfermeiros estão de tal forma motivados e a quererem continuar os processos de luta que havia muitas mais instituições onde os enfermeiros pretendiam ter entrado”, explica Carlos Ramalho, presidente do Sindepor.

Ainda assim a greve pode vir a ser suspensa caso o Governo e os sindicatos entrem em acordo na reunião agendada para o próximo dia 3 de janeiro. Os sindicatos vão reunir com a equipa liderada pela ministra da Saúde, Marta Temido, por forma a encontrar soluções para as carreiras dos enfermeiros.

Fundamentalmente o que nós [enfermeiros] pretendemos é negociar. Só iremos partir para esta greve se o Governo continuar nesta situação e nesta posição de não negociar com os enfermeiros”, refere  Carlos Ramalho, presidente do Sindepor.

Ainda assim, o Sindepor tem já emitido um pré-aviso para uma greve geral de enfermeiros, em todos os serviços e em todas as instituições públicas, de 8 a 11 de janeiro.

Por outro lado, a ASPE, além da paralisação de 14 janeiro a 28 de janeiro, emitiu outro pré-aviso de greve de 7 a 20 de janeiro. No caso da ASPE, segundo explicou à agência Lusa a presidente Lúcia Leite, a ideia é replicar o modelo de greve em blocos operatórios como a que está a decorre até ao final de ano e que já dura mais de um mês.

Os enfermeiros reivindicam uma carreira, que contempla a categoria de enfermeiro especialista, além de exigirem uma redução na idade da reforma.

A atual greve em blocos operatórios, que decorre desde dia 22 de novembro, teve origem num movimento de enfermeiros que lançou uma recolha de dinheiro para ajudar a financiar os colegas durante a paralisação.

Para a greve atual foram angariados mais de 360 mil euros. Atualmente decorre outra recolha de fundos através de uma plataforma na Internet que pretende angariar mais de 400 mil euros até ao dia 14 de janeiro e que até hoje ao início da tarde tinha recolhido 98 mil euros.