Um lince ibérico foi encontrado morto com o corpo cravejado por 300 partículas de chumbo, denunciou nas redes sociais o biólogo Miguel Simón, diretor do programa Life+Iberlince. Marvel, um lince ibérico macho de três anos, foi encontrado na região de Córdoba na sexta-feira. A necropsia do animal sugere que foi morto com tiros de espingarda de caça por alguém que estaria muito perto dele. Cada ponto branco na radiografia aqui em baixo é um pedaço de chumbo.
El 28/12/18 localizado muerto poe el radiocollar a MARVEL, lince iberico de Guadalmellato. En necropsia más de 300 plomos de escopeta:disparo a bocajarro
¡¡Sucesos asi son dramáticos para el esfuerzo de 2 paises y22 socios!!! @MedioAmbAND @iberlinceEU @ivillaecija @andaluciacaza pic.twitter.com/DdkafrNbHY— Miguel Simón (@miguelsimon03) December 29, 2018
O cadáver de Marvel foi avistado graças o colar transmissor que trazia ao pescoço, um aparelho usado pelas instituições de preservação da natureza para monitorizarem a espécie e perceberem a evolução dela. Esta é a 30ª morte de um lince ibérico este ano, 27 das quais foram provocadas por atropelamento. Este ano foi o segundo pior para a sobrevivência dos linces ibéricos, uma espécie em perigo de extinção, apenas ultrapassado pelas 58 mortes registados em 2017.
As últimas estatísticas contabilizam 650 linces ibéricos entre Portugal e Espanha, mas a tarefa de proteger a espécie é cada vez mais difícil, desabafou Miguel Simón no Twitter: “Acontecimentos assim são dramáticos para o esforço de dois países e 22 sócios”, escreveu ele. À TSF, a secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza confirmou a morte de Marvel e acrescentou que o animal deve ter sido abatido com armas de caça preparadas para espalhar partículas de chumbo.
Célia Ramos ainda acrescentou que “as autoridades espanholas farão todos os esforços para apurar até às últimas consequências” quem está por detrás da morte do lince ibérico Marvel. A necropsia do animal está a ser feita em Espanha, mas Portugal vai acompanhar todo o processo: “Os linces ibéricos não conhecem fronteiras, portanto, trata-se de um animal que é nosso, da humanidade”, declarou a secretária de Estado à TSF.