O presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, disse esta sexta-feira que não se demite caso isso lhe seja pedido pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem sido muito crítico para com o seu trabalho. “Não”, disse Powell, quando questionado sobre se renunciaria ao cargo a pedido de Trump, no encontro da Associação Americana de Economia, em Atlanta, nos Estados Unidos.

Powell também disse que não tem reuniões previstas com Trump, que o elegeu para liderar a Fed há quase um ano, para substituir Janet Yellen, mas que nos últimos meses tem sido muito crítico para com o seu desempenho à frente do banco central.

O principal líder da Fed tentou ainda acalmar os ânimos dos mercados financeiros perante os receios de uma desaceleração na economia e disse que o banco central será “paciente” no aumento das taxas de juro.

Nos últimos meses, Trump criticou abertamente o trabalho de Powell à frente do banco central dos EUA e chegou a afirmar que o único problema da economia de seu país é a Fed.

“O único problema da nossa economia é a Fed. Não tem instinto para o mercado, não entende a necessidade de guerras comerciais ou um dólar forte”, escreveu o líder norte-americano na rede social Twitter, em 24 de dezembro.

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As críticas do presidente ao banco central quebraram o tradicional respeito pela independência da política monetária e surpreenderam mercados e analistas.

Trump ficou aborrecido com a decisão tomada pelo Fed no último mês de 2018 de aumentar novamente as taxas de juros em um quarto de ponto e, segundo meios de comunicação norte-americanos, discutiu em privado a hipótese de demitir o presidente da Reserva Federal.

Contudo, o conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hassett, declarou recentemente que a posição do presidente da Fed não está em risco.