O Secretário de Estado da Energia garante que nos planos do Governo não está qualquer “medida para a proibição” do diesel. No entanto, João Galamba lembra que as autarquias têm autonomia para avançarem com propostas nesse sentido e recordou que o município de Lisboa, “com o voto entusiástico de Assunção Cristas”, já se mostrou interessada em levar avante medidas que limitem a circulação de carros a diesel.

Numa entrevista publicada no Público desta quarta-feira, o governante apoia as declarações do Ministro do Ambiente. “Como disse o senhor ministro, o Governo não decreta o fim do carro a diesel, mas constata que, olhando para as declarações de muitos fabricantes automóveis, o diesel tem de facto os dias contados”, disse, colocando-se assim ao lado do ministro João Pedro Matos Fernandes. E acrescentou: “ninguém vai querer investir numa tecnologia que terá pouco ou nenhum valor e dificuldade em circular em algumas cidades”.

Sobre a OPA chinesa à EDP, João Galamba entende que não há quem não tenha curiosidade para saber como vai terminar o processo – “temos todos” -, mas lembra que se trata de um assunto que passa pela estrutura acionista da energética. “Essa questão diz respeito aos acionistas da EDP e a quem anunciou a OPA”, considerou.

O ex-deputado socialista confessou ainda que desde que chegou ao Governo tem feito “grandes noitadas” para poder estar a par do andamento dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito ao pagamento de rendas excessivas às energéticas. “Como trabalho muito aqui [no Ministério do Ambiente e da Transição Energética] e não tenho tempo para ver televisão durante o dia, tenho de chegar a casa e ver as longas sessões madrugada adentro”, adiantou.

Outro dos temas que devem marcar o que resta de legislatura na área de energia é a estratégia nacional para a prospeção de lítio. Atualmente, o Governo prepara-se para lançar nove concessões num único concurso. O objetivo, explica João Galamba, “não é que se faça buracos no chão, se tirem umas pedras com lítio em bruto e que se mandem camiões para outros países“. A prioridade do Governo é a criação de “um projeto com escala, que inclua toda a cadeia de valor até à produção do bicarbonato de lítio”, o que implica “o investimento e a introdução no país de uma unidade industrial de mineração”. O concurso deve ser lançado ainda este ano e as empresas interessadas podem concorrer a todos ou apenas a um lote.

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