A senadora democrata Elizabeth Warren lançou oficialmente a campanha presidencial de 2020 para os Estados Unidos este sábado em Massachusetts, avança a imprensa norte-americana. Segundo a CNN, uma das propostas que a senadora, antiga professora de Direito na Universidade de Harvard, já declarou é um imposto sobre riqueza de 2% para fortunas acima dos 50 milhões de dólares e de 3% em caso de fortunas acima dos mil milhões de dólares.
“O estrangulamento da classe média é real e milhões de famílias dificilmente conseguem respirar”, disse a senadora em Lawrence, antigo centro da indústria têxtil do nordeste dos EUA.
No vídeo de lançamento da campanha para a presidência norte-americana, Elizabeth Warren elogiou “a história de gente trabalhadora de Lawrence que se juntou para fazer mudanças, onde a luta foi dura, a batalha foi difícil e onde um grupo de mulheres liderou o movimento por todos nós”. Referia-se a uma greve protagonizada por imigrantes, funcionários de fábricas têxteis daquela cidade do estado do Massachusetts, que aconteceu em 1912. A greve começou depois de uma lei que ordenava o corte salarial no ordenado das mulheres por trabalharem menos duas horas semanais.
O anúncio chega pouco tempo depois de a senadora de Massachusetts, uma das mais sonantes vozes críticas de Donald Trump, ter estado envolvida numa polémica. Em outubro de 2018, a democrata lançou os resultados de um teste de ADN que provavam que era descendente distante de uma tribo nativa americana, os cherokees.
Mas o passo foi mal recebido por essas tribos, que a acusaram de não respeitar as tradições e as políticas das comunidades: “Somos encorajados por este diálogo e entendimento de que ser um cidadão tribal da nação Cherokee está enraizado em séculos de cultura e leis, não através de testes de ADN”, disse o chefe dos Cherokee Nation. Elizabeth Warren voltou ao assunto esta semana e pediu desculpa por qualquer “confusão”.
Elizabeth Warren, especialista em direito comercial, foi uma das pessoas que mais contribuíram para as regulações de proteção de consumidores lançadas quando Barack Obama estava na Casa Branca. Depois, ao tornar-se senadora em 2012, tornou-se uma das maiores críticas dos crimes de colarinho branco. Mais tarde, em vez de confrontar Hillary Clinton nas eleições de 2016, surgiu como uma das mais ávidas atacantes de Trump, apelidando-o de “uma fraude barulhenta e desagradável que não serve ninguém além de si mesmo”.
A antiga professora de direito em Harvard, que também denunciou as ilegalidades ao atacar Wall Street e as grandes fortunas, confirmou a sua entrada numa corrida que se anuncia difícil no campo democrata, onde já se perfilam uma dezena de candidatos um ano antes das primeiras primárias. E diversos nomes sonantes são ainda aguardados: Joe Biden, o antigo vice-presidente de Barack Obama, Bernie Sanders, o ex-candidato derrotado por Hillary Clinton, e Michael Bloomberg, ex-presidente da câmara de Nova Iorque. Outra senadora democrata, Amy Klobuchar, prometeu um “grande anúncio” para domingo e também se deve lançar na contenda.