A Estratégia Nacional para a Inteligência Artificial antevê que esta tecnologia comece a ser ensinada nas escolas cada vez mais cedo, que se expanda na administração pública e se generalize nas pequenas e médias empresas.

Nos curto e médio prazos, pretende-se “explorar a fundo o potencial da Inteligência Artificial na economia e na sociedade”, de acordo com um esboço da estratégia, que começa a ser discutida publicamente na terça-feira, num encontro com investigadores no Laboratório Ibérico de Nanotecnologia, em Braga.

Nas escolas, a ênfase será no ensino de aprendizagem automática básica aos alunos mais jovens, em “clubes de ciência”, propondo aos estabelecimentos de ensino desafios em áreas como o ambiente ou a biodiversidade.

Os núcleos de alunos treinados nesta área serão levados depois a colaborar uns com os outros, produzindo vídeos e outros conteúdos multimédia focados em temas como a biologia ou a História das várias regiões, que são depois colocados numa rede que permite acesso a todos.

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As escolas participarão também em campeonatos de código de programação, ultrapassando desafios com os conhecimentos que os alunos adquiriram.

No ensino superior, a estratégia prevê a constituição de redes locais para as qualificações digitais, envolvendo universidades, politécnicos (onde já se fazem cursos curtos) e empresas, para que os trabalhadores ganhem novas qualificações e se adaptem às alterações ao trabalho introduzidas pela inteligência artificial.

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Em termos mais gerais, na estratégia portuguesa entende-se a inteligência artificial como campo para fomentar “robustez social”, assumindo os impactos da inteligência artificial “na democracia, privacidade, segurança, justiça, mercado laboral, transparência e equidade”.

Outros eixos são a criação de emprego, ressalvando “a inclusão de todos os trabalhadores afetados” pela inteligência artificial e a “transformação dos serviços públicos” com a incorporação de projetos que usam a inteligência artificial para os melhorar, como os que já estão em curso no âmbito do programa “INCODE 2030”.

A curto e médio prazos, Portugal aponta para estar na rede europeia de centros de excelência em inteligência artificial, concertados com a indústria e trabalhando em conjunto para resolver os problemas da Europa nesta área.

Na estratégia aponta-se o potencial de Portugal para desenvolver inteligência artificial aplicada a áreas como as redes de energia sustentável, cidades, florestas e oceanos, mobilidade, condução autónoma ou saúde.