A revista Visão publica esta quinta-feira mais um excerto do livro Sem Filtro – As histórias dos bastidores da minha presidência (que será lançado oficialmente amanhã), de Bruno de Carvalho, onde o antigo presidente do Sporting se propõe a “quebrar um mito”. “José Maria Ricciardi não teve qualquer influência na reestruturação que alcançámos com a banca”, defende o ex-líder dos leões, antes de contar alguns episódios vividos com o banqueiro e candidato derrotado no ano passado.
Colocando Joaquim Góis como o administrador do BES que trabalhou sempre com o Sporting, Bruno de Carvalho argumenta que Ricciardi era uma das pessoas que queria que a então recém eleita direção caísse pouco depois da tomada de posse, acrescentando tratar-se de alguém que “mostrava estar completamente fora dos assuntos”. “Não tenho dúvidas de que, mesmo depois de alcançarmos a reestruturação, ele não era muito favorável”, diz o antigo número 1 do clube verde e branco, antes de contar aquilo que descreve como “uma história bizarra” com o banqueiro e ex-dirigente dos leões.
“Estávamos na sala de direção, em Alvalade, com a porta aberta, a falar normalmente. De repente, põe-se de joelhos à minha frente e agarra-me nas pernas. ‘Perdoe-me, perdoe-me. Estava tão enganado ao longo destes últimos vinte anos. Cometemos tantos erros. Obrigado por tudo o que está a fazer pelo Sporting (…) Ele lá se levantou e parou com aquela figura. Quem é que imagina um homem como Ricciardi, de joelhos, a pedir desculpa? Mas é uma realidade. Venha ele desmentir ou não”, relata Bruno de Carvalho, antes de explicar que o banqueiro se afastou posteriormente pela não renovação com Jorge Jesus na segunda ocasião. “Sabia perfeitamente que muitos daqueles que votaram em mim nas segundas eleições, em 2017, saltariam fora à primeira oportunidade. Foi o caso de Ricciardi”, refere.
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Contactado pela Visão para comentar a pré-publicação desse excerto, José Maria Ricciardi que as três passagens sobre si “são falsas e inventadas”. “Na altura em que o dr. Bruno de Carvalho ainda era presidente, disse que só lhe via dois destinos: ou ser arrastado para um processo criminal e recolher à cadeia ou ser internado numa casa para tratamento psiquiátrico. Infelizmente, das duas alternativas, a segunda já não vai ser possível”, salientou.